EFEITO DO PULSO DE INUNDAÇÃO SOBRE A ECOLOGIA TRÓFICA DAS ASSEMBLEIAS DE PEIXES DO RIO XINGU
Diversidade trófica, nível trófico, isotopos estáveis, vazão, usina hidroelétrica.
O pulso de inundação é um evento periódico responsável pela sustentação da maioria das comunidades aquáticas de rios tropicais e temperados. A alternância entre períodos de maior e menor descarga, que é variável dependendo do ano, supre a biota com recursos que naturalmente não estão disponíveis em quantidade suficiente no canal principal do rios, ocasionando altas produtividades biológicas. Entretanto, o pulso de inundação (e outras características hidrológicas) vem sendo alterado ao longo das décadas pela construção de Usinas Hidroelétricas (UHE), que ao desviar o curso dos rios, reduzem sua vazão. Esse cenário é alarmante sobretudo na Amazônia, onde inúmeros projetos UHE's estão em planejamento. Considerando o efeito do pulso como agente modelador das comunidades aquáticas e de como as UHE modificam as características dos rios e, por extensão, do ecossistema, é importante conhecer e prever como a biota responderá as possíveis alterações no pulso de inundação em razão desses grandes empreendimentos. O objetivo deste estudo é avaliar possíveis variações na diversidade e nível trófico de assembleias de peixes do baixo rio Xingu nos períodos de seca e cheia, nas fases pré e pós-barramento da UHE de Belo Monte. Amostragens oriundas dos meses de abril (seca) e outubro (cheia) dos anos de 2014 e 2019 foram processadas para determinação das assinaturas isotópicas de 13C e 15N, que foram posteriormente empregadas na determinação do nível e dos índices de diversidade trófica. Essas duas variáveis serão relacionadas, através da análise de GAM, com dados de vazão para identificar a intensidade de seu efeito sobre esses atributos tróficos da comunidade de peixes como um todo e para as diferentes guildas.