Contaminação por Microplásticos nas Águas e nos Sedimentos do Rio Amazonas e Tributários: Composição, Densidade e Distribuição Espacial.
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Os materiais plásticos são os resíduos mais abundantes encontrados no ambiente, originando-se de duas fontes principais: as terrestres (atividades domésticas e industriais) e as oceânicas (Pesca). São materiais sintéticos de difícil biodegradação, longa vida útil e resistentes à corrosão, possuindo como principal característica a fragmentação em pedaços menores. Dessa forma, os plásticos podem acarretar uma serie de efeitos negativos no ambiente, como ingestão e emaranhamento em animais, aumento de inundações, acúmulo em praias, margens de rios, corpos d’água e afetar potencialmente o turismo e a saúde humana. Os Microplásticos (MPS) são resíduos plásticos menores que 5 milímetros, cuja classificação se dá em microplásticos primários que são resíduos produzidos na indústria em tamanho de MP e microplásticos secundários que são formados pela quebra mecânica ou abrasão de resíduos plásticos maiores. No ambiente, os MPs podem entrar na cadeia alimentar, adsorver poluentes orgânicos persistentes (POPs) e metais pesados em sua superfície, acarretando efeitos mais sérios ao ambiente e, possivelmente, à saúde humana. Os rios são os principais transportadores da poluição plástica do continente para os oceanos, recebendo os plásticos por descarte direto e indireto, integrando-os a sua dinâmica hidrológica. A bacia hidrográfica do rio Amazonas é a maior rio do mundo em volume de água e extensão, sendo uma importante conexão entre a hidrologia do continente e o oceano atlântico, carregando consigo uma grande quantidade sedimentos, nutrientes e poluentes. Entretanto, a bacia amazônica carece de estudos sobre a dinâmica de resíduos plásticos, bem como informações sobre os principais tipos, características e distribuição espacial de Microplásticos, tornando o seu estudo de extrema relevância para a região. Diante disso, o objetivo desse estudo é avaliar a potencial contaminação por microplásticos nas águas superficiais e nos sedimentos ao longo dos rios Negro, Solimões e Amazonas dentro do território brasileiro. As coletas de água superficial e sedimento foram realizadas entre os meses de janeiro e fevereiro de 2020, tomando como referência 22 cidade distribuídas ao longo dos rios, onde, em cada uma, foram coletadas 3 amostras de água de 1 litro e aproximadamente 1 litro de sedimento. Foram, também, tomadas amostras de 1 litro de água em 20 pontos intermediários entre as cidades ao longo dos rios. Totalizando 86 amostras de água superficial e 22 amostras de sedimento.