Ingestão de microplástico por peixes estuarinos na maior área contínua de manguezais do mundo, Amazônia brasileira
Poluição; Pesca Fantasma; Impactos Ambientais.
Os polímeros plásticos estão presentes em nossa vida diariamente, sendo encontrados em embalagem de alimentos e bebidas, utensílios domésticos como vasilhas plásticas, escovas de dente e sacolas de compras. Essas partículas plásticas são normalmente classificadas por tamanho como microplásticos (< 5 mm), mesoplásticos (entre 5 e 25 mm) e os macroplásticos (> 25 mm). Os impactos mais estudados sobre as partículas plásticas são os efeitos na biota como emaranhamento, ingestão e asfixia. Estudos mostram que a ingestão de MPs pode ser extremamente nociva aos animais marinhos em especial os peixes. A ingestão de MPs pode ocasionar bloqueio gastrointestinal impedindo a alimentação do animal, além dos efeitos tóxicos liberados pelos contaminantes presentes nos plásticos, causando estresse hepático nos animais. Os estuários são a área de transição entre o rio e o mar e são considerados um dos ecossistemas mais produtivos do mundo fornecendo nutrientes, abrigo, área de reprodução e gerando uma grande variedade de habitats para diversas espécies de peixe. Vários estudos relatam níveis de poluição por plástico em estuários, praias estuarinas, canais de estuários que se conectam ao mar e em florestas de mangue e o Brasil possui a maior faixa continua de mangue do planeta, com cerca de 650 km que cobre 7.000 km² de área costeira entre os estados do Pará até o Piauí. O presente plano de trabalho visa mostrar o nível de poluição pela ingestão de MPs por peixes na maior faixa continua de manguezais do mundo entre que ocupa o litoral dos estados do Pará e Piauí que serve como habitat para vários organismos vivos inclusos peixes de grande importância comercial.