Dinâmica espacial da frota de arrasto em parelha na captura de piramutaba, Brachyplatistoma vaillantii na região do estuário Amazônico.
frota industrial, Brachyplatystoma vaillantii, manejo pesqueiro.
A piramutaba é uma das espécies mais exploradas na região amazônica, tanto pela frota artesanal, como também por uma frota industrial que, por sua vez, atua exclusivamente no estuário. A pescaria industrial da piramutaba é a pesca mais ordenada na região Amazônica, uma vez que já foram adotadas várias medidas de manejo com o objetivo de limitar o esforço de pesca, além de restringir áreas e períodos (defeso). Essas medidas foram criadas basicamente para minimizar o quadro de sobrepesca de crescimento, já constatado para essa espécie, uma vez que a pesca ocorre na área de criação desse recurso. No entanto, a movimentação dos cardumes de piramutaba na região do estuário é pouco conhecida, não se sabe quais as áreas dentro do estuário onde ocorrem os indivíduos menores (o que aumenta o by-catch) e se existe uma variação temporal nessa ocorrência. O presente trabalho visa (i) compreender o padrão de movimentação dos cardumes na foz Amazônica, (ii) discutir as medidas de gestão e manejo implementadas para a pesca de arrasto, em especial as de zoneamento e defeso, e (iii) propor um ordenamento da pesca da frota industrial da piramutaba com base nos conhecimentos mais recentes. Os dados a serem utilizados são relativos aos (1) dados do posicionamento geográfico de 33 embarcações piramutabeiras que atuaram na região nos anos de 2009 a 2013, obtidos pelo PREPS através do MPA; (2) dados do “Programa de Técnicos Científicos de Bordo da Pesca da Piramutaba”, coletados durante o projeto “Monitoramento da Pesca Industrial no Estado do Pará” de julho de 2008 até dezembro de 2011; e (3) dados de produção das empresas de pesca que forneceram a produção por viagem de seus barcos entre 2009-2014. O padrão de movimentação dos cardumes será inferido pela movimentação da frota industrial através dos dados obtidos pelo PREPS, identificando áreas onde exista uma maior concentração de esforço de pesca, que serão consideradas as principais áreas de pesca. A discussão sobre a eficiência das medidas de manejo será baseada nos padrões de distribuição espaço-temporal do tamanho e da captura por viagem, para assim avaliar o impacto da pesca sobre os peixes jovens e a produtividade da pescaria por área e período. A proposta de um ordenamento pesqueiro será composta de uma revisão da legislação vigente sobre a atuação desta pescaria, apontando os aspectos que necessitam de uma revisão com base no conhecimento atual e indicará um ordenamento que associe uma combinação de medidas restritivas espaciais e temporais de modo a aumentar a eficiência da proteção de peixes jovens e da produtividade dos barcos de pesca por viagem.