BIOLOGIA E DINÂMICA POPULACIONAL DOS CAMARÕES Acetes (DECAPODA; SERGESTIDAE) NA AMAZÔNIA ORIENTAL
Amazônia, biodiversidade, ODS-14, parâmetros de crescimento, pesca
O gênero Acetes (H. Milne Edwards, 1830) é formado por camarões pelágicos holoplanctônicos diminutos considerados os menores camarões da Família Sergestidae comumente conhecidos como aviú. Habitam estuários e águas costeiras das regiões tropicais, subtropicais e temperadas, apresentando comportamento onívoro, contudo, mostrando-se seletivos quanto à alimentação e ao habitat. Quando juvenis, alimentam-se preferencialmente de material vegetal particulado, enquanto que os adultos incluem presas animais na sua alimentação, dessa forma, os camarões-aviú ocupam um nível trófico-chave para as comunidades estuarinas. Esse grupo de camarões tem uma grande importância econômica na Ásia, África Oriental e Amazônia devido a sua utilização para o consumo humano e seu potencial aquícola, representando 15% da captura total mundial de camarões. No Atlântico Ocidental ocorrem três espécies: Acetes americanus (Ortmann, 1893), Acetes marinus (Omori, 1975) e Acetes paraguayensis (Hansen, 1919). Contudo, somente duas espécies são mencionadas na literatura em águas brasileiras, com pesquisas que abordam geralmente a biodiversidade e o comportamento alimentar. Na Amazônia, o camarão-aviú possui grande importância econômica para as comunidades tradicionais. Sua captura é realizada de maneira artesanal e principalmente sazonal, uma vez que os camarões formam agregações variáveis ao longo do ano, próximas à costa. Após a captura, eles são comercializados secos e/ ou salgados em mercados e feiras, principalmente dos municípios de Santarém, Cametá e Belém. Aspectos básicos da biologia desse grupo de camarões são pouco conhecidos. Parâmetros relacionados à dinâmica de suas populações tiveram descrições pontuais, havendo a necessidade de estudar e conhecer esses parâmetros, por meio das taxas de crescimento e mortalidade, visto que, esse recurso é uma importante fonte de renda na Amazônia, gerando preocupações no que se refere à conservação da espécie. Dessa forma, torna-se imprescindível subsidiar políticas públicas para a captura e o manejo sustentável do camarão-aviú, de modo a conciliar a geração de renda para as comunidades que dependem dessa espécie e a conservação da mesma.