TRANSPORTE LARVAL DE Neritina zebra (MOLLUSCA: GASTROPODA) EM ESTUÁRIOS DE MACROMARÉS NA AMAZÔNIA
Migração Vertical, Comportamento larval, Maré.
Muitos organismos da fauna bentônica têm um ciclo de vida complexo, na qual a fase larval é planctônica. A principal vantagem da fase larval é a dispersão que para organismos sésseis ou de movimentos lentos, tornam-nos mais exploradores do meio. Porém, para as populações que habitam estuários de macromarés, os processos hidrodinâmicos são um dos principais limitantes do recrutamento larval. Para maximizar a retenção larval, as larvas apresentam diferentes estratégias de migração vertical de acordo com o seu desenvolvimento. O presente estudo tem o objetivo avaliar as estratégias de transporte e recrutamento larval em uma espécie bentônica estuarina. O modelo utilizado será o gastropoda Neritina zebra, que habita um dos maiores estuários de macromarés da Amazônia. Neste trabalho serão investigados: o padrão de distribuição vertical das larvas na coluna d'água (1) em relação às variáveis ambientais físicas e físico-químicas, e (2) a influência da ontogenia neste padrão. Para determinar a densidade de larvas no plâncton, as amostras foram coletadas com rede cônica de malha de 200 µm. Até o momento foram coletadas amostras de plâncton nos meses de novembro (2014) em Barcarena, junho em Vigia, Colares, Turé e Joanes, outubro em Mosqueiro, e mais duas coletas serão realizadas em dezembro (2015) e janeiro (2016). Foram definidas duas fases de maré: enchente e vazante; e duas profundidades: superfície e fundo. Concomitantemente, foram medidos a velocidade da corrente na coluna d'água através de um ADCP (acoustic doppler current profile) e o perfil de condutividade/temperatura usando um sensor CTD (sensor de condutividade, temperatura e profundidade). Serão estimadas as densidades (ind./m³) e o tamanho médio (µm) dos estágios larvais para avaliação do estágio ontogenético das larvas. Acredita-se que a distribuição vertical das larvas está relacionada com as variáveis físicas e está sincronia pode auxiliar na retenção dos indivíduos no estuário durante as correntes de maré.