Endoparasitos em um peixe Serrasalmidae reofílico: variações sazonais, ontogenéticas e ao longo do trato intestinal
pacu, porções do intestino, ciclo hidrológico, Nematoda.
A composição da fauna parasitária de peixes está relacionada, entre outros fatores a sazonalidade e ao habito alimentar dos peixes. O objetivo do trabalho foi investigar a fauna parasitária do trato intestinal de Tometes sp. ‘krânponhã’ na área de influência do empreendimento da UHE de Belo Monte, localizado no Rio Xingu, Pará. Foram estudados 30 espécimes de Tometes sp. ‘krânponhã’ (15 espécimes do período de cheia e 15 do de seca), distribuídos em três classes ontogenéticas: juvenil, sub-adulto e adulto. Na análise parasitológica considerou-se quatro porções do intestino: uma do intestino anterior, duas do intestino médio e uma do intestino posterior. Para fins comparativos as abundancias dos endoparasitos foram expressas em densidades (ind./mm³). Foram encontrados 177.011 endoparasitos pertencentes a seis morfotipos do filo Nematoda e um do filo Platyhelminthes (Trematoda). O Nematoda sp.1 foi o morfotipo mais comum representando 99,93% da abundancia total. A composição e a densidade dos endoparasitos do trato intestinal desses peixes não apresentaram diferenças com as três classes ontogenéticas, no entanto, foi observada diferença destes fatores ao longo do trato intestinal e com o ciclo hidrológico. O presente estudo sugere que os endoparasitos podem estar ajudando na absorção de celulose ou degradando restos alimentares do peixe.