O USO DE BIOMARCADORES BIOQUÍMICOS EM MACROCRUSTÁCEOS PARA MONITORAMENTO AMBIENTAL EM UM ESTUÁRIO AMAZÔNICO BRASILEIRO
Poluição aquática, Uca mordax, Macrobrachium amazonicum , Osmorregulação.
O estuário da Bacia de Marajó possui todas as condições para abrigar diferentes tipos de organismos, funcionando como berçário de muitas espécies aquáticas, como as macrocrustáceos, que são abundantes na região. O ambiente estuarino é caracterizado por flutuações constantes de salinidade e sofrem com a descarga de uma grande variedade de compostos tóxicos oriundos dos rios que compõem sua bacia de drenagem, além dos contaminantes liberados durante operações portuárias, também comuns nestas regiões. Sendo assim, tanto as variações naturais dos parâmetros ambientes como a descarga de tóxicos podem ser considerados fatores de estresse ambiental a serem enfrentados pelos organismos que lá habitam. Nesse contexto, biomarcadores bioquímicos respondem com rapidez à possíveis estressores ambientais, já que são analisados em níveis baixos de organização biológica, possibilitando resultados rápidos para a avaliação ambiental. Alterações bioquímicas servem de alerta na prevenção de efeitos deletérios em níveis de organização biológica superiores e com maior relevância ecológica como populações, comunidades e ecossistemas. Por conseguinte, o presente estudo tem como objetivo realizar uma abordagem ambiental do estuário da Bacia do Marajó valendo-se de biomarcadores bioquímicos em macrocrustáceos sujeitos à diferentes condições de salinidade e de influência antrópica. As espécies de macrocrustáceos Uca mordax e Macrobrachium amazonicum, caranguejo e camarão respectivamente, comercializados na região, serão utilizadas como biomonitoras e amostradas de maneira trimestral pelo período de dois anos em quatro pontos: a) referência dulciaquícola; b) área portuária dulciaquícola; c) área urbana estuarina e d) referência estuarina. Como biomarcadores de exposição não específicos serão avaliadas as atividades de enzimas antioxidantes e de detoxificação. Como biomarcadores de efeito serão analisadas a peroxidação lipídica e a oxidação de proteínas. Estes resultados serão comparados em tempo e espaço com fatores ambientais como profundidade, salinidade, temperatura, pH, e oxigênio dissolvido além de identificar possíveis alterações devido ao impacto antropogênico. Os resultados obtidos indicarão aspectos da saúde dos animais do ambiente em questão, qual espécie é mais eficiente como biomonitora e qual o biomarcador mais eficaz em mostras as condições desse ambiente. Além disso, os resultados ainda fornecerão informações espaço-temporais das condições do estuário, sejam fatores ambientais ou resultados de duas atividades humanas, a portuária e urbana.