ALTERAÇÃO AMBIENTAL EM IGARAPÉS AFOGADOS DA AMAZÔNIA ORIENTAL SOBRE A COMUNIDADE DE INSETOS AQUÁTICOS
Integridade ambiental, Macroinvertebrados bentônicos, Agricultura familiar, Influência humana.
A Amazônia brasileira comporta a maior rede hidrográfica da terra, que vem sofrendo pressão antropogênica, principalmente por práticas de uso do solo, como agricultura e exploração madeireira. O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito das atividades humanas nos ecossistemas aquáticos, utilizando as comunidades de Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera, testando a hipótese de que a riqueza e abundância de EPT decrescem em locais que apresentam integridade ambiental mais baixa, havendo também uma diferenciação na composição de gêneros quando comparado com ambientes mais íntegros. A diversidade e composição de EPT foi estudada em 34 igarapés afogados da Baía de Caxiuanã, na Amazônia Oriental, dos quais 17 são íntegro e 17 alterados antropicamente. Nossos resultados mostram que as condições ecológicas dos igarapés apresentaram uma estreita relação com a influência antropogênica do entorne, sendo esta refletida tanto na estrutura física como na comunidade aquática. Na estrutura física as alterações estão relacionadas a uma maior profundidade de talvegue, presença de vegetação intermediária, altura de incisão e maior número de madeira no solo a cima do canal em ambientes alterado. Com relação à comunidade aquática, a riqueza e abundância de EPT não foram influenciadas pela alteração ambiental, mas foi afetada por modificações na estrutura física do canal. A composição de gêneros mostrou ser sensível para detectar tanto alteração antrópica como modificação na estrutura física do ecossistema aquático e a composição de gêneros de EPT é uma medida eficaz para avaliar alterações ambientais. A complexidade estrutural dos igarapés é fortemente influência por atividades agrícolas em pequenas escalas e as características do habitat físico são importantes na estruturação de comunidades aquáticas.