Avaliação das interações tróficas em igarapés da Amazônia Oriental por meio de DNA metabarcoding
eDNA; bulk samples; metagenômica; interações tróficas
Os ecossistemas de água doce são considerados os mais ameaçados devido ao constante aumento do desenvolvimento socioeconômico. Com isso, importantes informações estão sendo perdidas, levando então à necessidade de utilização de ferramentas rápidas para o levantamento da biodiversidade a fim de avaliar flutuações na riqueza de espécies e, desta forma, fornecer estratégias para o manejo e conservação das mesmas. O DNA metabarcoding é uma importante ferramenta para a identificação em grande escala das espécies em uma amostra a partir da extração do DNA dos organismos ali presentes. A recuperação de informações a partir de amostras metagenômicas varia de acordo com os diferentes tipos de amostras utilizadas para obtenção dos dados. O DNA ambiental pode ser adquirido de diferentes substratos, por meio de filtragem da água ou preservação de sedimentos e amostras de solo para avaliar a comunidade de organismos naquele ambiente. Amostras dietéticas podem ser analisadas para determinar relações tróficas nas redes alimentares, avaliar sobreposição alimentar entre espécies e fornecer um resumo das potenciais espécies de presas no ambiente. Enquanto bulk samples (amostras de material acumulado) podem ser utilizadas para rápida avaliação da diversidade de espécies coletadas a partir de metodologias específicas. Contudo, o tipo de amostra metagenômica mais apropriada pode variar dependendo das questões ecológicas abordadas. Nesse contexto, o presente projeto é de grande importância para o desenvolvimento do monitoramento da ecologia trófica da biodiversidade na Amazônia a partir do uso do DNA metabarcoding, uma vez que aborda questões fundamentais sobre a natureza de diferentes tipos de amostras e seu valor na recuperação de respostas ecológicas e tendências nas mudanças na dieta de peixes. Desta forma, o projeto abrangerá os sistemas aquáticos em áreas de mineração e seu entorno, levando em consideração fatores como idade e tamanho de manchas florestais e sua importância para manutenção da biodiversidade e interações tróficas entre a floresta e os igarapés (especialmente comparando contribuições alóctones e autóctones na dieta de guildas tróficas distintas de peixes nos igarapés).