BIOMARCADORES ASSOCIADOS A POLUENTES E GRADIENTE DE SALINIDADE EM MACROCRUSTÁCEOS DE UM ESTUÁRIO AMAZÔNICO BRASILEIRO
Caranguejo, Camarão, Glutationa, Lipoperoxidação, Capacidade Antioxidante, Osmolaridade
Devido os estuários estarem em zonas de transição do ambiente de água doce e os oceanos, se tornam desafiadores para os organismos, principalmente por possuírem um gradiente de quem podem alterar a biodisponibilidade dos poluentes e sua toxicidade. Para viverem em ambientes que apresentam flutuações de salinidade, esses organismos realizam a osmorregulação, processo que mantém a concentração iônica interna maior que a externa, para assim manter sua homeostase .Assim, o primeiro capítulo deste trabalho teve por objetivo analisar o efeito de poluentes sobre os biomarcadores no camarão Macrobrachium amazonicum (Crustacea, Decapoda), e o segundo capítulo teve por meta avaliar os efeitos combinados da salinidade e poluição no caranguejo Uca mordax (Crustacea, Decapoda). Foram realizadas quatro coletas, jul/14 (transição 1), out/14 (estiagem), fev/15 (chuvoso) jul/15 (transição 2), nos municípios de Abaetetuba (ambiente dulciaquícola sem histórico de contaminação), Barcarena (ambiente dulciaquícola com histórico de contaminação), Belém (ambiente estuarino com histórico de contaminação) e Vigia (ambiente estuarino sem histórico de contaminação). De ambos os animais foram retiradas as brânquias e porções do músculo para se testar os biomarcadores. No camarão a Capacidade Antioxidantes Total (ACAP) em seu músculo mostrou maior atividade no período de estiagem, acompanhada da Glutationa-S-tranferase (GST) que teve, também, maior atividade no mesmo, e a lipoperoxidação se manteve estável em todos os períodos analisados. A ACAP na Brânquia não apresentou grandes variações, já a GST foi mais ativa nos períodos de estiagem, chuvoso e transição 2, e como no músculo, a lipoperoxidação não mostrou grandes variações. Para o caranguejo, a osmolaridade da hemolinfa não manifestou muitas diferenças significativas onde os maiores valores registrados foram no ponto de vigia, quanto aos biomarcadores, a ACAP no músculo do caranguejo apresentou induções nos períodos chuvoso e transição 1, quanto a atividade da GST, esta se mostrou maior nos períodos de estiagem e chuvoso e sem grandes variações na a peroxidação lipídica nesse tecido. A ACAP nas brânquias dos indivíduos mostrou mais variações entre os pontos do que entre os períodos, enquanto que a GST apresentou menor atividade no período e transição 2, e a exemplo do músculo, a peroxidação lipídica não apresentou grandes variações.