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Banca de DEFESA: ANA LAURA PEREIRA SANTOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANA LAURA PEREIRA SANTOS
DATA: 30/04/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Sala 7 do Núcleo de Altos Estudos Amazonicos (NAEA) /Link de google meets
TÍTULO:

Ecologia trófica e etnoconhecimento acerca de Podocnemis unifilis como base para a conservação da espécie, e poluição por polímeros plásticos impactando dois quelônios de água doce na região amazônica


PALAVRAS-CHAVES:

tracajá; muçuã; plástico; hidrelétrica; alimentar.


PÁGINAS: 77
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ecologia
RESUMO:

Os quelônios de água doce são comumente encontrados nos ambientes amazônicos e representam uma importante fonte de alimento para as comunidades humanas tradicionais. Para tanto, faz-se necessário a implementação de medidas de manejo eficazes para garantir os serviços ecossistêmicos de prestados por cada espécie. Medidas efetivas devem ser baseadas em estudos sobre a ecologia trófica, tal como análises de isótopos estáveis (AIE) do carbono e do nitrogênio que irá avaliar o uso do ecossistema pela espécie, aliada ao estudo sobre o conhecimento ecológico local (CEL) das comunidades tradicionais, que fazem uso do tracajá como recurso alimentar. Metodologias estas são úteis na detecção das mudanças ambientais recorrentes na Amazônia, especialmente, no caso deste estudo que associa análises de dieta, conhecimento das comunidades tradicionais, e a interação do lixo antropogênico com os quelônios na região amazônica. Dessa forma, foi utilizado aqui um estudo integrado entre AEI e CEL para entender a ecologia trófica do tracajá Podocnemis unifilis no rio Xingu, um principal afluente de águas claras do rio Amazonas, para compreender a importância desta espécie e os impactos que ela está sofrendo após a construção da Usina Hidrelétrica (UHE) Belo Monte. Para as AEI, foram realizadas análises isotópicas usando a pele de tracajás, e das principais fontes primárias (plantas) que são potenciais fontes de alimento da espécie. Para o CEL, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com comunidades tradicionais da região para compreender o conhecimento tradicional sobre a alimentação dos tracajás e possíveis impactos na região. Realizamos análises sobre ecologia trófica utilizando os pacotes tRophicPosition e MixSIAR. Também utilizamos o CEL para estimar a posição trófica do tracajá e para construir uma cadeia alimentar com os predadores dele. Para as análises sobre a interação de polímeros artificiais com os quelônios, realizamos coletas de P. unifilis no rio Iriri, um afluente do rio Xingu, e coletamos espécimes de muçuã Kinosternon scorpioides na região da ilha do Marajó, ambos no Estado do Pará. Realizamos análises para a identificação dos polímeros, assim como identificamos as cores e aferimos os tamanhos dos fragmentos para a classificação em categorias. Nossos resultados indicam que 20% dos P. unifilis e 60% dos K. scorpioides ingeriram polímeros artificiais. Todos os polímeros ingeridos por P. unifilis foram categorizados como microplásticos, enquanto 37,5% dos fragmentos ingeridos por K. scorpioides eram mesoplásticos. Os micro e mesoplásticos identificados incluíam goma polissacarídica, poliamida, politereftalato de etileno, policarboneto, polipropileno, látex e acrilonitrila butadieno estireno. Além disso, partículas artificiais de celulose foram as partículas mais frequentemente detectadas. Esses polímeros provavelmente se originaram de fontes como sacolas plásticas, equipamentos de pesca e lavagem de têxteis, destacando possíveis inadequações no sistema de esgoto da região. Além do mais, verificamos que o tracajá se alimenta principalmente de plantas da floresta terrestre, apresentando uma dieta estritamente herbívora. Além disso, o tracajá é predado por animais de diferentes ambientes, como a onça Panthera onca, teiú Tupinambis spp. e o tucunaré Chicla spp. Podemos identificar o tracajá como um importante elo entre os ambientes aquático e terrestre, assim a conservação da floresta inundada representa crucial para a manutenção da espécie. Ademais, as descobertas fornecem novas evidências sobre a ameaça representada pelos polímeros artificiais aos quelônios de água doce na região amazônica, mostrando a necessidade de maior atenção aos problemas causados pela falta de gestão do lixo doméstico na região amazônica. 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 946.987.083-20 - MARCELO COSTA ANDRADE - UFPA
Interno - 000.590.280-09 - GUSTAVO HALLWASS - UFOPA
Interno - 1548215 - BIANCA BENTES DA SILVA
Interno - 1649237 - LILIAN LUND AMADO
Interno - 012.954.042-06 - TAMYRIS PEGADO DE SOUZA E SILVA - UFPA
Externo à Instituição - PAULA EVELYN RUBIRA PEREYRA
Externo à Instituição - FÁBIO ANDREW GOMES CUNHA
Notícia cadastrada em: 25/04/2024 14:02
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