O uso do gene mitocondrial 16S rDNA na identificação molecular de espécies de lulas (Cephalopoda: Decapoda) comercializadas em feiras e mercados na América Latina
Cefalópodes, Rotulagem, Recursos Pesqueiros, Ferramentas moleculares
Nas últimas décadas, a importância comercial dos cefalópodes teve aumento considerável, sendo um importante recurso pesqueiro ao redor do mundo. Dentre as espécies mais consumidas, estão membros das famílias Loliginidae e Ommastrephidae tendo a primeira, maior interesse pesqueiro em relação a segunda devido a qualidade da carne o que faz com que também, haja diferenças de preço entre membros das duas famílias. No entanto, durante as etapas de comercialização destas espécies, principalmente para os comercializados em mercados, estes passam pelo processo conhecido como finning que inclui a retirada e separação da cabeça, braços ou mesmo tendo o corpo cortado em anéis, o que acaba dificultando ou muitas vezes, impede a identificação das espécies, que pode propiciar substituições, sendo necessários procedimentos mais eficientes para uma correta identificação. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo utilizar o gene 16S rDNA para identificar geneticamente as espécies de cefalópodes comercializados em mercados e feiras do Brasil e em algumas regiões do Continente Sul-Americano. Serão coletadas amostras de supermercados e diretamente de pescadores. De cada amostra serão registrados a identificação no rotulo e, no caso dos pescadores locais, o local aproximado de coleta. Cada sequência gerada será submetida ao site GenBank para a comparação molecular e incluídas no banco de dados para posterior identificação genérica das amostras, principalmente as amostras que são vendidas processadas. Nossos resultados pretendem demostrar a eficácia do fragmento do 16S rDNA para identificação de espécies e avaliação os possíveis erros de rotulagem. Tais práticas de substituições e fraudes comerciais se tornam uma problemática tanto na perspectiva econômica como ambiental, que poderiam ser sessados no Brasil com leis mais rigorosas no qual se exija o nome comum e científico das espécies, assim como mecanismos eficientes de identificação, a fim de se permitir uma negociação honesta com o consumidor.