ONTOGENIA SENSORIAL DE CAMARÕES DE ÁGUA DOCE Macrobrachium amazonicum e Macrobrachium equidens (CRUSTACEA: PALAEMONIDEA) NO ECOSSISTEMA AQUÁTICO AMAZÔNICO
Macrobrachium, camarão, bioinvasão, sistema sensorial, adaptação ecológica, Amazônia.
No Brasil o gênero Macrobrachium é representado por 17 espécies, das quais três apresentam interesse comercial. Dentre essas, o camarão-da-Amazônia, M. amazonicum é amplamente explorada pela pesca artesanal no Estado do Pará e possui um importante valor econômico. Além desta espécie, há relatos da presença de espécie invasora, M. equidens, no ambiente Amazônico, o que pode alterar a diversidade local e ameaçar o equilíbrio das espécies nativas. As espécies invasoras podem alterar a condição, a forma ou a natureza do ecossistema, gerando impactos irreversíveis aos sistemas aquáticos. Nesse sentido o conhecimento de sua capacidade sensorial é fundamental para reconhecer e comparar sua amplitude ambiental. Nesses organismos a função sensorial estruturas como olho, antena, antenula e apêndice bucal apresentam destaque. Os crustáceos decápodes apresentam exoesqueleto e expansões sensoriais ao longo de todo seu corpo chamadas de cerdas e sensillas, que são prolongamentos do sistema nervoso, que permite a orientação espacial, localização e gustação de presas. Além de defesa contra possíveis predadores. O objetivo desse estudo é de comparar as estruturas sensoriais, ao longo do desenvolvimento ontogenético, da espécie nativa M. amazonicum (Heller, 1862) e da espécie exótica M. equidens (Dana, 1852), como estratégia adaptativa para os sistemas aquáticos Amazônicos. Como hipótese HO: M. equidens apresenta adaptações sensoriais similares a M. amazonicum para o ambiente amazônico, não interferindo na ecologia dessa espécie. H1: M. equidens (espécie exótica) apresenta melhores adaptações sensoriais para o ambiente Amazônico em comparação a M. amazonicum (espécie nativa) podendo interferir na ecologia dessa espécie nativa. Os animais serão capturados no estuário amazônico, anestesiados com gelo e dissecados suas estruturas sensoriais (Apêndices bucais, antênulas e olhos). Posteriormente, processadas e observadas utilizando Microscopia Óptica (LUZ), Microscopia Eletrônica da Varredura (MEV) e Desenhos Morfológicos. O sistema óptico de M. amazonicum e M. equidens apresentam modificações ao logo de sua ontogenia, na fase larval dessas espécies (planctônica) o sistema óptico é de aposição, adaptado para ambientes com incidência de luz. Na mudança de habito (bentônico) dessas espécies o modelo óptico é modificado para superposição reflexiva. Os apêndices bucais dessas espécies apresentaram constituídos por seis pares. No entanto, o apêndice bucal de M. amazonicum é adaptado para quimiorecepção e M. equidens para mecano-efetora.