USO INTEGRADO DE BIOMARCADORES NA AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DO ALUMÍNIO NO PEIXE AMAZÔNICO HYPHESSOBRYCON HETERORHABDUS (CHARACIDAE: CHARACIFORMES)
Ecotoxicologia, Respostas antioxidantes, Estresse oxidativo, Genotoxicidade.
A região amazônica apresenta altas concentrações naturais de Alumínio (Al) em seu ambiente. Além disso, devido ao teor ácido de suas águas, o Al presente nos seus corpos d’água torna-se biodisponível para os organismos aquáticos que ali residem, sendo os peixes um dos mais afetados pela toxicidade do Al. Com isso, o objetivo do presente trabalho é avaliar os efeitos de diferentes concentrações de Al no peixe amazônico Hyphessobrycon heterorhabdus, em nível molecular, avaliando biomarcadores de estresse oxidativo e danos genético. Para tal, foram analisados biomarcadores de exposição (Capacidade antioxidante total (ACAP), concentração de glutationa reduzida (GSH), atividade das enzimas glutationa S-transferase (GST), glutamato cisteína-ligase (GCL), e glutationa redutase (GR)) e biomarcadores de efeito (lipoperoxidação (LPO) e o biomarcador genotóxico - Ensaio cometa (EC)). Para a realização do ensaio ecotoxicológico foi utilizado uma solução estoque de Sulfato de Alumínio, a qual foi diluída para chegar nas concentrações de exposição. Os animais foram divididos em cinco grupos experimentais: grupo controle em pH neutro [7]; grupo controle em pH ácido [5]; e três grupos de exposição em pH ácido com as concentrações 0,1, 1 e 10 mg/L de Al. Cada grupo foi composto por 10 réplicas com um animal por béquer contendo 200 mL de meio experimental, com aeração constante e com fotoperíodo (14C:10E) e temperatura (25º) controlados. Após 96 horas de exposição, foi retirado sangue dos animais para a análise genotóxica. Em seguida, os peixes foram crioanestesiados e eutanasiados para as análises bioquímicas. A exposição ao alumínio não causou alterações na ACAP, GST, GSH e GR dos peixes. No entanto, houve queda na GCL nos grupos expostos a 1 e 10 mg/L de Al, o que pode indicar uma diminuição na produção de GSH, ocasionalmente diminuindo os padrões do sistema de defesa antioxidante (SDA). Ocorreu LPO no tratamento com 1 mg/L de Al, uma vez que, com a queda da GCL, o SDA fica comprometido e efeitos deletérios nas células começam a surgir. EC mostrou que teve dano no DNA dos peixes na concentração mais elevada (G10), este resultado corrobora com o fato de que concentrações elevadas de Al ocasionam quebras no material genético dos organismos e pode surtir efeitos nocivos como mutações deletérias, ameaçando a homeostase dos indivíduos e o equilíbrio das comunidades aquáticas. Os resultados encontrados ajudam na compreensão dos efeitos da combinação do Al e do baixo pH sobre os peixes residentes de regiões onde a disponibilidade deste metal é alta aliado a corpos d’água com pH ácido, como o ecossistema amazônico.