CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA E MOLECULAR DE MICROPARASITAS DE Aequidens plagiozonatus KULLANDER, 1984 (TELEOSTEI:CICHLIDAE) E DE Gobioides broussonnetii LACEPÈDE, 1800 (TELEOSTEI: GOBIIDAE) NA AMAZÔNIA
Myxozoa, Microsporidia, Coccidia, Amazônia.
Diante do pouco conhecimento dos parasitos de peixes que fazem parte da pesca ornamental da Amazônia, este trabalho teve como objetivo caracterizar os microparasitas de duas espécies de peixes desta região, Aequidens plagiozonatus (Acará pixuna) e Gobioides broussonnetii (peixe-dragão), provenientes, respectivamente do rio Peixe-boi (município de Peixe Boi-PA) e do rio Paracauari (município de Salvaterra-PA). Foram utilizadas técnicas de biologia molecular, histologia e ultraestrutura na descrição taxonômica das espécies, para análise da relação parasito-hospedeiro, verificação das alterações histopatológicas e o posicionamento filogenético. Os resultados foram dispostos em cinco trabalhos publicados, um aceito, um submetido à publicação e um em preparação, os quais reportam a estudos morfológicos, filogenéticos e da interação parasito-hospedeiro. Para G. broussonnettii foi descrita uma nova espécie parasita da vesícula biliar, Ellipsomyxa gobioides n. sp. e foi reportada a ocorrência de miosite necrosante associada ao parasitismo por Myxobolus sp., além de um achado incidental de um cestoide da Ordem Trypanorhyncha. A esteatose hepática foi associada ao parasitismo por microsporídios no hospedeiro G. grahamae. Com relação a A. plagiozonatus, descreveu-se a ocorrência de coccidiose hepática causada por Calyptospora sp. Esta última espécie também apresentou parasitismo por 3 novas espécies não descritas na literatura: Henneguya aequidens n. sp. (Myxozoa) nas brânquias, Potaspora aequidens n. sp (Microsporidia) na musculatura subopercular e nadadeiras e Ortholinea amazonica n. sp. (Myxozoa) na bexiga urinária. Ressalta-se ser a primeira ocorrência do gênero Ortholinea nas américas. A diversidade de microparasitas encontrada nas espécies de peixes alvos deste estudo evidenciam a necessidade de se intensificar o estudo da diversidade e do potencial patogênico destes parasitas da ictiofauna amazônica.