PREVALÊNCIA DE SÍFILIS EM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS ATENDIDAS EM BELÉM, PARÁ
1. Co-infecção. 2. Sífilis. 3. HIV.
A co-infecção HIV/sífilis é comum entre PVHA, uma vez que ambos os agentes compartilham a via sexual como modo de transmissão, estudos mostram que nesta população os quadros de sífilis podem ser mais severos uma vez que os estágios mais graves da infecção ocorrem de maneira mais precoce elevando o índice de mortalidade destes. No Brasil um dos principais problemas observados são os casos de subnotificações, que são problemas recorrentes, além de pessoas diagnosticadas e que não tiveram uma profilaxia adequada. O presente estudo tem como objetivo estimar a prevalência de co-infecções por sífilis em PVHA e observar quais as principais características sociodemográficas e epidemiológicas destes indivíduos. Este é um estudo transversal descritivo realizado entre junho a novembro de 2018 em PVHA atendidas na URE-DIPE localizada no município de Belém, Pará. Foram incluídos 500 indivíduos e dentre esses, 284 (56,8%) eram do gênero masculino e 216 (43,2%) do feminino. 123 (24,6%) se declararam homossexuais, 346 (69,2%) heterossexuais e 32 (6,2%) bissexuais, 315 (63%) eram solteiros, 144 (28,8%) casados e 41 (8,2%) divorciados ou viúvos, 95 (19%) tinham entre 18 a 30 anos, 135 (27%) entre 31 a 40 e 270 (54%) tinham mais de 40 anos. 159 (31,8%) estudaram até o ensino fundamental, 271 (54,2%) até o médio e 70 (14%) possuíam o superior, 299 (59,8%) moram na região metropolitana de Belém e 201 (40,2%) no interior. A maior parte 362 (72,4%) afirmou ganhar até 1 salário mínimo e 138 (27,6%) mais de 1. Em relação ao uso de preservativo durante o ato sexual, 308 (61,6%) disse usar sempre, 60 (12%) nunca e 132 (26,4%) as vezes, 76 (15,2%) disse já ter mantido relações com profissionais do sexo e 424 (84,8%) disse que não. 124 (24,8%) afirmou não teve nenhum parceiro nos últimos 6 meses, 302 (60,4%) apenas um e 74 (14,8%) mais de um. 207 (41,4%) afirmaram não ter tido nenhuma IST prévia e 293 (58,6%) afirmaram já ter tido alguma. Os testes feitos seguiram de acordo com o fluxograma 1 para o diagnóstico da sífilis preconizado pelo Ministério da Saúde, sendo feito primeiro o VDRL e em seguida FTA-abs nas amostras positivas para confirmar o diagnóstico, onde foi encontrada uma prevalência de 6,4% de coinfecções e apresentando a população de homens que fazem sexo com outros homens como a principal parcela de afetados. Desta forma conclui-se que mesmo com um baixo número de pessoas diagnosticadas com a co-infecção é preciso estar sempre em vigilância epidemiológica visando evitar que haja aumento no número de casos.