ANÁLISE DE SOROPREVALÊNCIA DE ANTICORPOS ANTI-SARS-COV-2 EM PESSOAS QUE VIVEM COM HIV NA CIDADE DE BELÉM, PARÁ, BRASIL
HIV; SARS-CoV-2; Anticorpos IgG.
A COVID-19 é causada pelo SARS-CoV-2 e apresenta grande importância para a saúde pública no Brasil e no mundo, sendo responsável por mais de 6 milhões de óbitos mundialmente até 2023. A vacina para COVID-19 foi introduzida no Brasil em janeiro de 2021 e, desde então, a gravidade da doença vem sofrendo declínio. O presente estudo tem como objetivo determinar a presença de anticorpos IgG anti-SARS-CoV-2 em pessoas vivendo com HIV/AIDS. Foi realizado um estudo observacional, descritivo e analítico, de corte transversal e caráter quantitativo, envolvendo 510 pessoas vivendo com HIV/AIDS no período de dezembro de 2021 a maio de 2022 na cidade de Belém, estado do Pará. Os participantes foram submetidos a aplicação de um questionário socioepidemiológico e coleta de 8 ml de sangue venoso periférico, o qual foi centrifugado para separação de plasma e massa celular. A partir do material foi feito o ensaio imunoenzimático anti-SARS-CoV-2 ELISA (IgG), além das contagens de linfócitos TC4+ e quantificação da carga viral do HIV-1. Para a análise estatística, as prevalências foram estimadas por simples contagem e por intervalo de confiança (IC 95%). Para fazer a associação das variáveis classificatórias com a positividade para anticorpos anti-SARS-CoV-2 foram feitos os testes G, Qui-quadrado e Mann-Whitney. O nível de significância adotado foi de 5%. O perfil sociodemográfico foi composto pelos participantes se autodeclarando: (i)70% homens, (ii) 63.0% pardos, (iii) 71,4% solteiros e (iv) 32,1% vivendo com apenas 1 salário mínimo. A soroprevalência de IgG foi de 94,3% (481/510), sendo a maioria dos indivíduos vacinados e possuíam duas doses da vacina contra COVID-19. Tendo sido observada associação entre o nível de anticorpos IgG e o número de doses realizada da vacina contra a COVID-19, a contagem de linfócitos T CD4+ , a razão T CD4+ /CD8 + e quantificação da carga viral do HIV1. Pessoas vivendo com HIV desenvolveram um nível de resposta eficaz contra o SARS-CoV2, no entanto indivíduos com viremia estabelecida e deficiência imunológica apresentam níveis menos satisfatórios de resposta. A vacinação de COVID-19 é de fundamental importância para produção de anticorpos anti-SARS-CoV-2 em PVHA e as doses de reforço são imprescindíveis para manter estes níveis de anticorpos elevados.