AVALIAÇÃO DOS POLIMORFISMOS FAS -670A/G E FASL -124A/G DOS NÍVEIS DE sFAS E sFASL EM PACIENTES COM TUBERCULOSE
Tuberculose; Fas-FasL; sFas-sFasL; Polimorfismo; Apoptose.
A conexão do receptor de membrana celular Fas a seu ligante, FasL, promove a apoptose de
células pela via extrínseca de morte celular programada. A apoptose de macrófagos infectados
pelo Mycobacterium tuberculosis, agente etiológico da tuberculose (TB), é um importante
mecanismo imune contra a infecção, contexto em que polimorfismos de genes codificadores
de componentes imunológicos pró-apoptóticos podem refletir em alterações na ativação do
sistema Fas-FasL e, desse modo, comprometer o combate à bactéria. A frequência de ativação
da apoptose suscitada pelos marcadores de membrana celular pode ser afetada por sFas e
sFasL, formas solúveis cuja ligação inibe a morte celular programada. O presente trabalho
investigou a associação dos polimorfismos FAS -670A/G e FASL -124A/G e de sFas e sFasL
séricos com a suscetibilidade à TB e a progressão da doença para quadros extrapulmonares.
Foram avaliadas amostras de sangue de 200 indivíduos com diagnóstico de TB e um grupo
com 200 controles. A genotipagem dos polimorfismos foi realizada por PCR em tempo real e
as concentrações de sFas e sFasL foram mensuradas por ensaios imunoenzimáticos. Não foi
observada diferença estatística significativa das frequências genotípicas e alélicas entre os
grupos avaliados. Os níveis de sFas foram significativamente maiores no grupo com TB em
comparação ao grupo controle (p = 0,0002), o que não foi observado na comparação entre a
dosagem de sFas em pacientes com TB pulmonar e em pacientes com a forma extrapulmonar
(p > 0,05). Os níveis de sFasL foram maiores no grupo controle do que no grupo com TB (p =
0,0125) e nos pacientes com TB extrapulmonar quando comparados aos de TB pulmonar (p =
0,0145). Na análise somente do grupo com TB, houve correlação positiva entre os níveis de
sFas e sFasL (p = 0,0218). Os genótipos dos polimorfismos parecem não influenciar nas
concentrações de sFas e sFasL no grupo com doença (p > 0,05). O estudo mostrou que
nenhum genótipo dos polimorfismos FAS -670A/G e FASL -124A/G está associado à infecção
pelo M. tuberculosis ou ao agravamento do quadro clínico, e que níveis elevados de sFas e
sFasL possam representar um possível recurso de escape imunológico da bactéria, seja para a
manutenção ou progressão da infecção.