ANÁLISE DOS ANTICORPOS IgG ADQUIRIDOS POR EXPOSIÇÃO NATURAL OU IMUNIZAÇÃO COM PROTEÍNA RECOMBINANTE CONTENDO ANTÍGENO DAS FORMAS SANGUÍNEAS DE Plasmodium vivax (PvMSP1-19)
Palavras-chave: Malária; Plasmodium vivax; Anticorpos IgG; MSP1-19
Na malária humana, a resposta imune é complexa e espécie-específica, pois a fase do ciclo de vida do Plasmodium spp que ocorre no hospedeiro vertebrado envolve dois estágios de diferenciação, um dentro dos hepatócitos e outro nos eritrócitos. Durante esses estágios, diferentes componentes antigênicos são expressos. Em geral, os mais imunogênicos são proteínas presentes nas membranas das variadas formas do parasito. Os anticorpos constituem um componente importante da resposta imune contra os antígenos de superfície. Na infecção por P. vivax, um dos antígenos mais estudados é a proteína-1 da superfície do merozoíto (MSP1). A porção C-terminal dessa proteína é altamente imunogênica em humanos e em modelos animais, induzindo altos níveis de anticorpos IgG. Considerando que no Brasil, o P. vivax é a espécie mais prevalente e, em 2018, causou cerca de 84% dos casos de malária, devemos destacar que, os estudos relacionados com um antígeno deste parasito são de grande relevância. A nossa hipótese considera que em humanos, quando os indivíduos são infectados por P. vivax o sistema imune irá processar esse antígeno, gerando epítopos de linfócitos B que podem ser lineares ou conformacionais, enquanto que na imunização ativa o processamento da proteína recombinante pode gerar um número mais restrito de epítopos, uma vez que o sistema imune reconhece e processa apenas uma pequena parte da proteína. Assim, neste estudo, faremos uma comparação quanto ao reconhecimento do parasito, quando a aquisição de IgG anti-PvMSP-19 ocorre naturalmente por exposição dos indivíduos ou quando os anticorpos são induzidos por imunização ativa em camundongos. O nosso objetivo será descrever o reconhecimento da Proteína-1 da Superfície de Merozoítos (MSP1) por anticorpos IgG adquiridos após a exposição natural ao parasito inteiro ou por imunização com antígeno recombinante contendo a MSP1-19 de P. vivax. Para tanto, os anticorpos de humanos serão obtidos por precipitação das imunoglobulinas totais e os de camundongos de soro hiperimune. As análises serão realizadas por ensaio imunoenzimático (ELISA) para detecção de IgG específico, e por ensaio de imunofluorescência (IFI) para comparar o padrão de reconhecimento da MSP1 nas formas sanguíneas do P. vivax. A nossa proposta visa contribuir com os estudos relacionados com o antígeno MSP1, no âmbito do desenvolvimento de vacinas.