TABANIDAE (DIPTERA) NA FAZENDA EMA: ABUNDÂNCIA, DIVERSIDADE E ATAQUE DE HEMATOFAGIA, MUNICÍPIO DE VISEU, PARÁ, BRASIL
Tabanidae, Diversidade, Abundância, Atividade horária, Amazônia
Os tabanídeos, são moscas conhecidas popularmente como mutucas, butucas e tavões, apresentam cerca de 4.400 espécies e 230 gêneros distribuídos no mundo. A Região Neotropical possui a maior biodiversidade com 1.205 espécies, dessas 500 espécies são conhecidas no Brasil e 250 espécies são registradas na Amazônia. Esta região, apresenta vários pontos não amostrados com relação a tabanídeos, sendo provável que o número de espécies não descritas seja elevado e ainda faltam estudos de levantamento da fauna de mutucas locais em muitos pontos importantes. O objetivo desse estudo é fazer o levantamento da diversidade, abundância a ataque de hematofagia dos tabanídeos na área da Fazenda Ema no Município de Viseu, estado do Pará, Brasil. O estudo foi realizado em dois períodos distintos nos anos de 1999 e 2000, utilizando-se diferentes métodos de coleta, como armadilhas Malaise, armadilhas suspensas e um cavalo como isca. A atividade hematofágica dos tabanídeos atacando o cavalo foi monitorada ao longo do dia e correlacionada com os fatores climáticos locais, empregando testes estatístic os como a Correlação Linear de Pearson e o Coeficiente de Correlação de Spearman. Foram coletados um total de 6.238 exemplares de tabanídeos, pertencentes a 11 gêneros e 33 espécies. Os principais gêneros foram Tabanus, Diachlorus e Chrysops. As espéceis mais abundantes foram Tabanus trivitattus, Tabanus piceiventris e Tabanus antarcticus. Uma espécie nova, Tabanus sp. n. foi descrita, e a redescoberta de Tabanus subviolaceus foi registrada. Os resultados mostraram variações na atividade hematofágica diurna das espécies, com diferenças na distribuição ao longo do dia e em diferentes ambientes, como mata e pastagem. Algumas espécies de tabanídeos apresentaram correlação com os fatores climáticos. Uma espécie nova Tabanus sp. n. do Grupo trivittatus é descrita e uma espécie rara, T. subviolaceus Fairchildi, 1961 foi reencontrada e redescrita. Este estudo abre novas perspectivas para pesquisas futuras, especialmente em áreas ainda não exploradas na Amazônia sobre a tabanofauna.