ANÁLISE DE COMPETÊNCIA VETORIAL DE Aedes albopictus PARA O VÍRUS DA FEBRE AMARELA COMO FATOR DE RISCO PARA A REEMERGÊNCIA DA FEBRE AMARELA URBANA NO BRASIL
Infecção experimental; Aedes albopictus; febre amarela; reemergência; RT‒qPCR; isolamento viral
O risco de emergência e reemergência de zoonoses é alto em regiões que sofrem ações antrópicas, pois contribuem para o risco de transmissão de doenças vetoriais. A febre amarela (FA) está entre as principais arboviroses patogênicas do mundo, e o Culicidae Aedes albopictus tem sido proposto como um potencial vetor para o vírus da febre amarela (VFA). Esse mosquito habita ambientes urbanos e silvestres e, em condições experimentais, tem se mostrado suscetível à infecção pelo VFA. Neste estudo, a competência vetorial do mosquito Ae. albopictus para o VFA foi investigado. Fêmeas de Ae. albopictus foram expostas para alimentação sanguínea em primatas não humanos (PNH) do gênero Callithrix infectados com VFA. Posteriormente, no 14º e 21º dias pósinfecção, as pernas, cabeças, tórax/abdômen e saliva dos artrópodes foram coletadas e analisadas por técnicas de isolamento viral e análise molecular para verificar a infecção, disseminação e transmissão. A presença de VFA foi detectada em amostras de saliva por meio de isolamento viral e na cabeça, tórax/abdômen e pernas tanto por isolamento viral quanto por detecção molecular. A suscetibilidade do Ae. Albopictus à VFA confere um risco potencial de reemergência da FA urbana no Brasil.