ANÁLISE DE ASPECTOS CLÍNICO-LABORATORIAIS, EPIDEMIOLÓGICOS E MOLECULARES DA INFECÇÃO CRÔNICA PELO VÍRUS DA HEPATITE C EM ASSOCIAÇÃO COM A PRESENÇA DE ANTICORPOS ANTINUCLEARES
autoanticorpos; FAN; genótipos; HCV.
A infecção pelo Vírus da Hepatite C (HCV) representa um grave problema em nível de saúde pública devido à sua alta prevalência e mortalidade. Este vírus classifica-se em diferentes genótipos, que estão associados a diferentes formas da evolução clínica da doença. Na infecção crônica pelo HCV, podem ocorrer manifestações autoimunes e produção de autoanticorpos, incluindo os anticorpos antinucleares (ANA). Portanto, o objetivo deste trabalho foi determinar a prevalência de ANA em pacientes com hepatite C crônica e avaliar se estas moléculas estão associadas a características epidemiológicas, clínico-laboratoriais, moleculares e histopatológicas da doença. Para tal, foram coletados dados de variáveis epidemiológicas, de características clínicas e de exames bioquímicos, hematológicos, moleculares e histopatológicos de 89 pacientes com hepatite C crônica, provenientes de Belém, Pará. A detecção dos ANA foi realizada por imunofluorescência indireta (IFI) utilizando células HEp-2. A média de idade dos pacientes foi de 54,4 ± 9,3 e houve uma discreta predominância de indivíduos do sexo masculino. Os principais fatores de risco de infecção detectados
foram procedimentos cirúrgicos e transfusões sanguíneas realizados antes de 1993. Entre os pacientes avaliados, 6,1% apresentaram manifestações autoimunes. Foram detectados os genótipos 1 e 3, com predominância do genótipo 1 e níveis mais elevados de proteínas totais nos pacientes com este genótipo. A prevalência de ANA nos pacientes foi de 20,2%, significativamente maior do que a encontrada em controles (2%). No entanto, não houve associação deste marcador com aspectos epidemiológicos, clínicos, laboratoriais, moleculares e histopatológicos da hepatite C, embora tenha sido detectada prevalência ligeiramente maior de ANA em mulheres e pacientes infectados pelo subgenótipo 1a. Foram detectados padrões nucleares, citoplasmáticos e um misto, com maiores graus de lesão hepática observados nos pacientes com padrão citoplasmático anéis e bastões em comparação aos pacientes ANA negativos. Portanto, os resultados sugerem uma maior predisposição à presença de ANA em portadores do HCV, que podem estar associados a um pior prognóstico.