CONTRIBUIÇÕES DO NEUROTRANSCRIPTOMA DO TAMBAQUI, Colossoma macropomum (SERRASALMIDAE – CHARACIFORMES) PARA BUSCA DE GENES DE INTERESSE PARA AQUICULTURA
Tambaqui, RNA-seq, Neurotranscriptoma, GAPDH
O Tambaqui, Colossoma macropomum, é uma das espécies nativas de peixes mais importantes da Amazônia, utilizada como fonte de alimento, na pesca esportiva e como modelo de muitas pesquisas. Tendo em vista sua relevância, desenvolver uma base de dados com informações de genômica funcional é de suma importância para aprimorar e aumentar a sua produtividade em cativeiro. Em nosso trabalho utilizamos o sequenciamento de Nova Geração, do tipo RNAseq, seguindo um fluxo de tratamento dos dados específico para cada artigo e produzimos um conjunto de referência, que será útil para futuros estudos funcionais dessa espécie. Até o presente momento publicamos os dados referentes ao primeiro artigo, intitulado: “First neurotranscriptome of adult specimens of the Amazon fish Colossoma macropomum (Tambaqui): characterization and differential expression between males and females” na revista Scientific Reports. Este artigo aborda a caracterização do mRNA expresso no telencéfalo do Tambaqui adulto, os processos biológicos que os genes expressos participam, a função molecular e seus componentes celulares. Neste trabalho encontramos 91 transcritos expressos diferencialmente, 63 regulados positivamente nas fêmeas e 28 nos machos. Como resultando da anotação funcional, obtivemos 40 genes candidatos participando de vias importantes do processo reprodutivo e sistema imune. O enriquecimento funcional desses genes será um ponto de partida importante para auxiliar no melhoramento do cultivo desta espécie, proporcionando melhor rendimento e bem-estar animal. Em nosso segundo artigo, intitulado, “Caracterização In sílico do Gene glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase, (GAPDH) expresso no Neurotranscriptoma do Tambaqui adulto, Colossoma macropomum (Cuvier, 1818): um possível marcador genético para o cultivo?”, realizamos a primeira caracterização da proteína glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase (GAPDH) para o Tambaqui. Essa proteína é expressa diferencialmente entre machos e fêmeas desse peixe, e as fêmeas que tiveram os maiores valores de expressão. Sua estrutura primária tem 335 aminoácidos, codificando o start e stop códon, dois domínios, um N-terminal e outro C-terminal, e um o sítio ativo com oito aminoácidos, sítio de clivagem, além de outras características importantes. A predição da estrutura secundária mostra que essa proteína é formada por oito α-hélices principais, cinco α-hélices menores, e 16 folhas β. A sequência de aminoácidos foi alinhada com a de dez espécies de peixes, e mostrou que o Tambaqui e a piranha vermelha são os mais próximos. O GAPDH desempenha papeis importantes no metabolismo energético dos peixes e sua caracterização será de suma importância em estudos de monitoramento de respostas fisiológicas ligadas ao estresse, para direcionar estratégias e garantir o bem-estar animal no cultivo.