POTENCIAL SEDATIVO E ANESTÉSICO DO ÓLEO ESSENCIAL DE Lippia alba (Mill) N.E. Br DURANTE O MANUSEIO E TRANSPORTE DE PÓS-LARVA DE Macrobrachium amazonicum (HELLER, 1862)
Bem-estar animal; Camarão-da-amazônia; Estresse
O camarão-da-amazônia é uma espécie nativa da América do Sul que apresenta grande potencial para a carcinicultura de água doce, respondendo bem ao processo de domesticação e apresentando um pacote tecnológico desenvolvido. No entanto, um dos aspectos que precisa avançar é o bem estar animal, pois durante o cultivo os animais podem passar por diferentes procedimentos estressantes, tais como: biometria, ablação do pedúnculo ocular, coleta de amostras de tecido e transporte de pós-larvas ou adultos. O estresse pode comprometer a homeostase dos animais, prejudicar o seu desempenho ou a sobrevivência. Contudo, a adição de sustâncias anestésicas pode tranquilizar os animais reduzindo seus custos metabólicos durante o transporte ou em procedimentos mais invasivos. O objetivo deste estudo foi avaliar a viabilidade do uso do banho anestésico com óleo essencial (OE) de Lippia alba, para uso no manejo e transporte de pós-larvas de M. amazonicum. O OE foi diluído em álcool (1:9), por isso foram incluídos dois grupos controle: C1= somente água; C2 = álcool (na mesma quantidade da maior diluição). Os banhos anestésicos foram seguidos de um banho de recuperação em água, sem adição de fármacos. As concentrações testadas para identificar se os animais atingiam a sedação leve (estágio I) e anestesia profunda (estágio II), por curo período (30 minutos) foram: 50, 100, 250, 500, 1000, 2000 e 3000 µL. L -1 (10 réplicas cada). Para determinar o potencial uso desse fármaco para manejos prolongados, por 12 horas, foram realizados dois testes: na primeira etapa foi definida a dose segura e eficiente com observação individual de cada animal, e na segunda etapa foi simulado um transporte, com 130 pós-larvas L-1 (por embalagem), mantidos em uma plataforma de agitação. Evidenciamos que a dosagem para induzir a anestesia profunda de curta duração em M. amazonicum foi de 3000 µL. L -1, seguido de rápida recuperação (4,19 ± 3,14 minutos), sem causar morte dos animais. As demais doses induziram apenas a sedação leve, acompanhado da recuperação instantânea. As concentrações que induziram a sedação leve e duradoura foram 15 e 30 µL. L-1.As pós-larvas imersas nessas doses de banho anestésico ficaram tranquilizadas por 12h e se recuperaram imediatamente após a sua transferência para o banho de recuperação. A sedação foi acompanhada de aumento da sobrevivência e redução da amônia da água, quando comparados a animais dos grupos controle, sem adição do OE de L. alba. As concentrações de 3000 µL. L -1 OE de L. alba paralisa os animais, similar ao estágio II de sedação, mas é necessário verificar se suprime dor. As doses de 15 e 30 µL. L-1 são recomendadas para procedimentos prolongados para mitigar efeitos de estresse. Esse manejo mostrou-se barato, eficiente e seguro.