Análise evolutiva de repetições da região controle do genoma mitocondrial: desenvolvimento de software e análise em espécies de Epinephelus (Epinephelidae,Pisces).
mtDNA; Filogenia; Garoupas; Evolução em Concerto.
O número de trabalhos utilizando o genoma mitocondrial como metodologia cresceu consideravelmente com advento do NGS, contudo muitos desses dados são sub explorados, como por exemplo, estudos que analisam as repetições dentro da região controle. Com isso, o presente estudo teve como objetivo o desenvolvimento de uma ferramenta capaz de analisar repetições nesta região, utilizando dados disponíveis em repositório online. A ferramenta que criada se chama M-TeReSA, na qual foi desenvolvida em Node.JS, e utiliza a ferramenta Tandem Repeats Finder para a procura de repetições in tandem apenas na região controle de genomas mitocondriais. Para verificar sua eficácia, foram utilizados dados de Lepus, Ochtona e Oryctolagus, disponíveis na literatura, no qual foi possível observar padrões de duplicações dentro deste grupo. Assim, esta ferramenta possibilita melhor o entendimento e visualização de padrões de repetições dentro de grupos, tornando-a eficaz sua aplicabilidade em estudos evolutivos que utilizem tais repetições. Da mesma forma, a aplicabilidade deste tipo de análise foi demonstrada em um estudo envolvendo mitogenomas de espécies de peixes do gênero Epinephelus. Foram analisadas 28 espécies com a RC e/ou genomas completos. Destas, 21 garoupas apresentaram repetições in tandem, sendo que seis possuíam indícios de VNTRs. A maioria das repetições localizavam-se no domínio 5’ da região controle e devido a variação no comprimento dos cernes (17-141bp), as repetições foram divididas em três classes: curtas, medias e longas. As repetições longas estiveram presentes em apenas um grupo monofilético, enquanto as demais estiveram distribuídas por toda a filogenia. Observou-se ainda, alta homogeneidade entre as sequências das espécies geneticamente mais próximas, ocasionado a formação de seis grupos de repetições. Dado as similaridades encontradas entre as repetições, bem como, os arranjos filogenéticos, inferiu-se que a evolução destes segmentos ocorreu de forma conjunta ao longo do tempo. Isto é, o fenômeno de evolução em concerto foi a hipótese utilizada que melhor explica as dinâmicas evolutivas do DNA repetitivo destas espécies. Por fim, os dados demonstram claramente de que maneira algumas repetições aumentaram de tamanho, fornecendo assim, importantes indícios para o entendimento da evolução destas sequencias na RC de diferentes mitogenomas de Epinephelideos.