VARIAÇÃO NA FORMA DE BIVALVES DA TRIBO PRISODONTINI (HYRIIDAE) DE RIOS DO LESTE DA AMAZÔNIA, BRASIL
Unioniformes, morfometria geométrica, concha, variação morfológica, neotropical.
As espécies de bivalves de água doce da ordem Unioniformes apresentam grande variabilidade morfológica, o que dificulta sua correta identificação, comprometendo a eficácia de programas de monitoramento e conservação. Medidas morfométricas clássicas, ou seja, comprimento, altura e espessura da concha, são geralmente insuficientes para distinguir populações e/ou espécies. Estes problemas podem ser superados utilizando um método morfométrico geométrico, que permite a análise da forma geral do indivíduo de forma mais detalhada, independentemente do seu tamanho. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a variação na forma das conchas das espécies de Prisodontini, Triplodon corrugatus, Paxyodon syrmatophorus and Prisodon obliquus entre diferentes rios do leste da Amazônia no estado do Pará, Brasil. Foram selecionados 22 landmarks distribuídos no contorno e interior da concha. As análises morfométricas mostraram que a forma das conchas difere significativamente entre espécies e entre indivíduos da mesma espécie. As maiores diferenças ocorreram entre os indivíduos dos rios Tapajós, Amazonas e Tocantins, que possuem uma forma mais achatada dorsoventralmente, em comparação com os indivíduos de Trombetas, Irituia e Piriá, que possuem uma forma mais arredondada. As maiores variações nas conchas ocorreram nos landmarks 1 (projeção alar anterior), 4 (extremidade do processo alar anterior dorsal), 6 (margem posterior) e 7 (margem ventral). Os dados obtidos sugerem que a morfologia de Triplodon corrugatus, Paxyodon syrmatophorus e Prisodon obliquus pode ser influenciada pelas características do fluxo de água de cada hábitat, uma vez que as conchas apresentaram características que são normalmente observados em mexilhões de água doce a partir de ambientes lóticos e lênticos.