Desenvolvimento De Protocolo De Cuidado Farmacêutico A Pacientes Em Quimioterapia Antineoplásica
Adesão; Câncer; Cuidado Farmacêutico; Quimioterapia; Reação Adversa Medicamentosa
O tratamento quimioterápico do câncer pode ocasionar inúmeras reações adversas medicamentosas (RAM), estas podem impactar na adesão ao tratamento medicamentoso. Algumas estratégias podem ser adotadas para a prevenção de RAM e melhorar a adesão. O presente estudo irá desenvolver protocolo de cuidado farmacêutico a pacientes em quimioterapia antineoplásica. Inicialmente, será feito um diagnóstico situacional através de entrevista de sujeitos submetidos: a quimioterapia endovenosa (6 pacientes), endovenosa+ tratamento oral (6 pacientes) e somente tratamento oral. Baseado nos resultados será desenvolvido o método que será utilizado para o cuidado farmacêutico, seguido de testagem em amostra de pacientes incluídos nestes grupos e de tamanho semelhante. Nesta etapa do estudo foram entrevistados 22 pacientes, sendo 20 do grupo apenas em tratamento endovenoso e 2 do grupo em tratamento endovenoso + oral, a maioria encontra-se em tratamento paliativo (50%), com predomínio de estadiamento IV, sendo a maioria com câncer de pâncreas (27,27%), estômago (22,72%) e mama (18,18%). 60% dos pacientes apresentaram HAS e/ou diabetes e o principal protocolo quimioterápico utilizado é Carboplatina + Paclitaxel. A maioria das interações medicamentosas (IM) encontradas foi considerada moderada (55%), sendo que a maioria destas (75%) é intencional. Já as consideradas graves representaram aproximadamente 45% das IM encontradas e 61% destas envolveram medicamentos de suporte a quimioterapia e medicamentos considerados de uso contínuo. A RAM de maior gravidade encontrada foi a neutropenia, que de acordo com a causalidade foi classificada em provável e relacionada aos antineoplásicos oxaliplatina e paclitaxel, sendo também o motivo associado à omissão de dose em três pacientes que tiveram a quimioterapia suspensa para tratamento da RAM. A náuseas foi apresentada por 6 pacientes e foi relacionada a diversos antineoplásicos como a provável causa da RAM. Houve um caso de óbito relacionado provavelmente complicações das RAM’s provenientes da quimioterapia. Neste estudo foi demonstrado a complexidade que o paciente oncológico se apresenta, pois tem um perfil de paciente idoso, com várias comorbidades, em que o tratamento quimioterápico acaba aumentando os riscos de interações medicamentosas e toxicidade aos antineoplásicos, e o cuidado farmacêutico se apresenta como uma importante ferramenta para o aumento da segurança ao tratamento, manejo das reações adversas apresentadas e consequentemente na melhoria da qualidade de vida.