Antropização urbana frente aos elementos de cura de mulheres benzedeiras de Castanhal-Pará
Urbanização. Estudos antrópicos. Mulher benzedeira. Castanhal.
Esta pesquisa assumiu o propósito de como a antropização urbana influencia nos elementos de cura de mulheres benzedeiras da cidade de Castanhal. Enfatiza a proposta de analisar a antropização urbana nos elementos de cura de mulheres benzedeiras. Além de identificar seus perfis, verificando-se suas localizações em meio urbano compreendendo o seu saber-fazer diante da antropização urbana e os elementos de cura (materiais e imateriais) da benzeção. A investigação foi desenvolvida sob os pressupostos metodológicos da etnometodologia com procedimentos descritivo-exploratório e abordagem qualitativa, utilizando técnicas da observação participante, conversas informais, registros audiovisuais, anotações e entrevistas abertas. Ficou evidente (até o momento) o perfil das mulheres benzedeiras de Castanhal (Dedê, Rosilda, Sabá, Gertrudes e Maria) compreendem a idade entre 62 e 93 anos, são em sua maioria viúvas e católicas, naturais do Pará, com média de atuação no trabalho de benzeção de 62 anos e que herdaram o dom do benzimento de mães, pais e avós. Estão localizadas em duas zonas diferentes, quatro benzedeiras habitam na área da Cidade Compacta de Ocupação Prioritária (ACOP) e uma habita a Zona Predominantemente Residencial (ZPR). o processo de antropização urbana na cidade de Castanhal é legitimado pela industrialização, comércios e serviços e que produz diferentes modos de aquisição aos elementos de cura das mulheres benzedeiras. De modo geral, a pesquisa mostra (até o momento) que acompanhadas de angústias e anseios ao processo de crescimento urbano da cidade, essas mulheres possuem uma estreita relação de resistências e adaptações ao crescimento urbano através da adequação de suas práticas de cura com os elementos da natureza disponíveis e cultivados principalmente em seus quintais, e que essa relação lhes é concebida em tratar o dom herdado como elemento intrínseco e constituinte da sua existência, legítimo e com a dádiva do divino que é retribuído de forma gratuita. Há, nessas práticas, uma artesania genuinamente amazônica que vai sobrevivendo em face do inter-relacionamento da antropização urbana contínua em Castanhal.