MITO E ALEGORIA EM A ASA E A SERPENTE: O GÉRMEN DO LIVRO INVISÍVEL DE VICENTE FRANZ CECIM
Amazônia. Andara. Alegoria. Insólito. Literatura do invisível. Vicente Franz Cecim.
Este estudo centra-se na investigação do elemento seminal da invisibilidade presente na primeira obra do ciclo literário do escritor paraense Vicente Franz Cecim. Ele transfigura a Amazônia em Andara, região imaginária e metáfora da vida, universo onírico permeado de alegorias. Em 1979, com a escritura de A asa e a serpente, o escritor deu início a sua obra cíclica Viagem a Andara: O livro invisível, onde o natural e sobrenatural convivem de maneira harmoniosa e em mútua epifania. Para contextualização da pesquisa, faremos uma análise de viés literário, filosófico e antropológico acerca do mito e suas representações, ressaltando as postulações de estudiosos como Jean-Pierre Vernant (1992), Mircea Eliade (2006) e Ernst Cassirer (1998). Abordaremos as concepções de literatura, alteridade e real maravilhoso em Victor Bravo (1985), Irlemar Chiampi (1980) e Alejo Carpentier (1975) e empreenderemos uma investigação quanto ao gérmen dos livros invisíveis de Vicente Franz Cecim presente na obra literária primeira. Para entrarmos no universo insólito e alegórico de Andara, recorreremos aos conceitos do estudioso Flávio García (2012) em Vertentes teóricas e ficcionais do insólito e Tzvetan Todorov em seu clássico estudo Introdução a Literatura Fantástica (2010). Acerca das construções alegóricas, trazemos as proposições de Hansen (2006) em Alegoria: construção e interpretação da metáfora e Walter Benjamin (1984) em Origem do Drama Barroco Alemão. Desse modo, pretende-se que os resultados da pesquisa possam contribuir para os estudos interdisciplinares e literários, evidenciando as narrativas do insólito e o caráter da invisibilidade na literatura de Vicente Franz Cecim.