MARAVILHOSO E ALTERIDADE EM NARRATIVAS DA MATINTAPERERA.
Maravilhoso. Alteridade. Narrativas Orais. IFNOPAP. Matintaperera.
Este trabalho teve como ponto de partida as discussões propiciadas pelo Projeto de Pesquisa Alteridade, Literaturas do Insólito e Psicanálise (ALLIP). Os debates promovidos pelo Projeto trouxeram-nos inquietações, dentre as quais destacamos: É possível compreender o maravilhoso a partir da noção de alteridade? Com base nesse questionamento, delimitamos como temática de pesquisa, o estudo do maravilhoso tendo como foco o pensamento do venezuelano Victor Bravo, em sua obra, Los poderes de la ficcion. Para una interpretación de la Literatura Fantástica, que nos apresenta uma visão sobre o fantástico e gêneros literários circunvizinhos, na qual defende ser o maravilhoso uma encenação da alteridade. Desse modo, traçamos como objetivo geral o estudo da Matinta nas narrativas do IFNOPAP (O Imaginário nas Formas Narrativas Orais Populares da Amazônia Paraense), articulando-as à noção de alteridade e ao maravilhoso. A temática e objetivo geral possibilitam-nos levantar as seguintes hipóteses de trabalho: a) o tema do duplo pode ser encontrado nas narrativas escolhidas; b) a ocorrência do “Estranho” (Das unheimliche) pode ser compreendida nas narrativas estudadas. Por meio dessas hipóteses, delineamos como objetivos específicos: a) Verificar o tema do duplo nas narrativas escolhidas; b) Examinar a ocorrência do “Estranho” (Das unheimliche) nas narrativas estudadas. Para atender a esses objetivos, propusemos a seguinte metodologia: a) pesquisa bibliográfica; b) leituras das narrativas ifnopapianas presentes nos livros Santarém conta..., Belém conta..., Abaetetuba conta... e Bragança conta... c) seleção das narrativas; d) análise das narrativas selecionadas. Sendo assim, acreditamos que esse trabalho trará discussões importantes no que se refere ao maravilhoso, uma vez que, o compreendemos a partir da noção de alteridade. Além disso, com essa pesquisa, estamos valorizando o imaginário amazônico e a cultura brasileira, especialmente, a paraense, pois tal acervo é constituído por relatos de paraenses que vivem em torno da Amazônia e que, muitas vezes, são esquecidos pela sociedade e por estudos acadêmicos.