REIMA - Diversidade e representações alimentares do pescado na Comunidade
Quilombola de Achuí-MA, Zona Costeira da Amazônia Maranhense
Hábitos Alimentares, Peixes, Sociobiodiversidade, Recursos Comuns,
Amazônia, Quilombo
Este trabalho tem por objetivo investigar a diversidade de hábitos alimentares associados
aos peixes, no contexto da reima na Comunidade Quilombola do Achuí, região da Amazônia
Costeira Maranhense. Para tal nos baseamos no modelo analítico de reima proposto por Maués &
Maués (1978), pesquisadores Amazônidas que estudaram os tabus alimentares em uma
comunidade da região da Amazônia Costeira Paraense. Assumindo que as representações e tabus
alimentares persistem geracionalmente no território brasileiro, os teóricos Amazônidas pressupõem
que sistemas estruturalmente semelhantes se encontrem em outras comunidades humanas. Neste
estudo utilizamos roteiro para entrevistas dialogadas com 25 moradores da Comunidade
Quilombola do Achuí. Os moradores do Achuí quando estão doentes seguem dietas alimentares
restritivas, que excluem desde carnes até verduras, chamadas de comidas reimosas em condições
de saúde/doença. Este panorama se relaciona a sociobiodiversidade local, onde a flora e fauna
estão associadas a sobrevivência da comunidade e dos saberes transmitidos geracionalmente. A
comunidade atua na coleta e manejo de fruteiras, sementes, pesca e caça constituindo um sistema
socioecológico que se imbrinca com a identidade e diversisade da Comunidade Quilombola Achuí,
na Amazônia Maranhense. Portanto, a destruição dos ecossistemas pode impactar na vida dessas
populações levando à escassez de alimentos, sujeitando-as a perda de complexidade cultural e
fragmentando o local de origem e de resiliência da comunidade.