CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA E GESTÃO PARTICIPATIVA DA PESCA ARTESANAL NA RESEX MARINHA ARAÍ-PEROBA (PA)
Pesca artesanal, Reserva Extrativista Marinha Araí-Peroba e comunidades
tradicionais.
A zona costeira do Pará é a oitava maior do Brasil, com aproximadamente 600 km distribuídos em
47 municípios, onde a pesca artesanal é a principal atividade econômica, sendo contínua em 88,4%
dos municípios do Nordeste Paraense. A Reserva Extrativista (Resex) Marinha Araí-Peroba, em
Augusto Corrêa, abriga comunidades dependentes da pesca para subsistência. Esta pesquisa visa
caracterizar socioeconomicamente as famílias de pescadores, avaliar sua resiliência financeira e
investigar a percepção sobre a gestão pesqueira. Criada em 2005 e ampliada para 62.035 hectares
em 2014, a Resex Araí-Peroba é habitada por 26 comunidades que se dedicam principalmente à
pesca artesanal, coleta de caranguejo e agricultura de subsistência. Gerida por um Conselho
Deliberativo composto pelo ICMBio, AUREMAP, órgãos públicos, sociedade civil e populações
tradicionais, a Resex é administrada pelo Núcleo de Gestão Integrada (NGI) de Bragança desde
2018. Uma pesquisa socioeconômica em 2022 entrevistou 293 famílias em 11 comunidades,
coletando dados sobre demografia, subsistência, pesca, posse de bens, resiliência, capital social,
gestão pesqueira, segurança alimentar e atitudes. Resultados preliminares indicam que a pesca
artesanal representa 74,7% da renda familiar, com 42,7% dos participantes relatando uma
diminuição significativa na captura de peixes nos últimos dois anos. Esses dados fornecem
percepções valiosas sobre as características socioeconômicas e os desafios enfrentados pelas
comunidades pesqueiras da RESEX Araí-Peroba, subsidiando o desenvolvimento de políticas e
programas de gestão sustentável dos recursos pesqueiros nesta Resex.