RAIVA HUMANA E TRANSMISSÃO DO VÍRUS RÁBICO POR MORCEGOS: O QUE SABE E COMO SE INFORMA A POPULAÇÃO DE UM MUNICÍPIO SOB RISCO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Raiva, morcegos, conhecimento, comunicação em saúde, meios de comunicação.
O objetivo deste estudo foi verificar o que a população de Curuçá, um município na Amazônia paraense, no qual as agressões por morcegos figuram em segundo lugar nos relatos de agressões por animais, sabe sobre a transmissão, prevenção e riscos da raiva, especialmente àquela transmitida por morcegos, assim como identificar os meios de comunicação utilizados pela população para se informar. Foi realizado um estudo observacional transversal, com uma amostra de 377 moradores da cidade, selecionados aleatoriamente por meio de uma amostragem estratificada proporcional, considerando os setores censitários de Curuçá comom estratos. Estes sujeitos responderam a um questionário semiestruturado para avaliar o que tinham de informações sobre a raiva e os meios utilizados para obter essas informações. Como resultados, verificou-se que a maioria dos entrevistados (275;72,9%) declarou saber o que é a raiva, apesar de pouco saber indicar aspectos como os reservatórios, formas de transmissão e sintomas, além de não apresentar práticas de autocuidado para a prevenção. Verificou-se também, que o morcego é o segundo animal mais presente nos relatos de agressões (49;24,6%) e que a maioria dos entrevistados(256;67,9%) não tinham conhecimento sobre os surtos ocorridos no estado nos anos de 2004 e 2005. Quanto às formas de obtenção de informações, observou-se uma preferência dos meios de comunicação que dispensam leitura (rádio, televisão e boca a boca). Esse trabalho aponta quais os conteúdos que precisam estar ao acesso dessa população e os meios de comunicação que seriam mais efetivos nesse contexto sociogeográfico e cultural.