DO FOGO AO ARADO: TRANSFORMAÇÕES NO USO DA TERRA E NAS DINÂMICAS SOCIOESPACIAIS EM COMUNIDADES AGRÍCOLAS NO NORDESTE PARAENSE
Esta dissertação visou analisar, as transformações no uso da terra e as suas reverberações socioespaciais e sustentabilidade em comunidades agrícolas em São Francisco do Pará. A incursão metodológica que possibilitou a realização desta investigação foi norteada por abordagens de pesquisa tanto qualitativa quanto quantitativa. Nessa direção, estão sendo utilizadas conjuntamente tais abordagens por possibilitarem coletar e cruzar informações de maneira complementar, o que decerto não se conseguiria isoladamente. Minayo e Sanches (1993) entendem que essas abordagens não podem ser percebidas enquanto opostas ou tão somente um continuum investigativo entre objetividade e subjetividade. Eles visualizam que “[...] o estudo quantitativo pode gerar questões para serem aprofundadas qualitativamente, e vice-versa” (MINAYO; SANCHES, 1993, p. 247). Portanto, os métodos das duas naturezas têm auxiliado na coleta, na tabulação e na interpretação dos resultados obtidos. Em campo, fiz uso de métodos da Antropologia, como a observação participante e entrevistas estruturadas e semiestruturadas, que foram conduzidas junto à comunidade a partir de um roteiro prévio. A partir das entrevistas e observações, procuro descrever esse processo de transformação no uso da terra, discutindo suas implicações do uso do fogo, bem como o uso de maquinário na reprodução da atividade agrícola, privilegiando para tal a narrativa dos agricultores/as.