NAS ÁGUAS LENDÁRIAS: Narrativas autóctones e a produção de sentidos da pororoca de São Domingos Do Capim
colonialidade; rio capim; pororoca; identidades; narrativas autóctones
Este trabalho de pesquisa objetiva analisar as narrativas autóctones da pororoca em São Domingos do Capim, considerando os reflexos identitários na cultura popular da região do Rio Capim-PA. A pesquisa faz uma sistematização histórica, política, econômica e cultural, além de considerar os efeitos da colonização sobre a cultura local, tangenciando a ação antrópica do homem sobre a natureza, o contexto e a lógica dos grupos sociais envolvidos.Será feita uma revisão bibliográfica e análise a partir dos relatos e das narrativas dos viajantes do rio e das matas, entendendo também que a natureza dá ao homem matérias-primas que justificam não só sua existência material, mas também cultural e espiritual. Será feita ainda uma pesquisa de campo para coletar relatos escritos e orais a fim de evidenciar como se configura a cultura local, referenciando o contexto e a lógica dos grupos sociais circunscritos ao universo das narrativas, tal como o mito da pororoca em de São Domingos do Capim que circula no meio cultural dos moradores da sede do município e das comunidades ribeirinhas da região. Ressalte-se a importância da Narrativa dos Três Pretinhos da Pororoca por conter um conjunto de elementos que contribuem para a formação desse município dentro do contexto social, cultural, histórico e econômico característicos da realidade amazônica. A estruturação das ciências e a produção desses saberes não abrangem apenas a dimensão da análise pela quantificação, avança para análises qualitativas quando reivindicam estudos em condições de promover a interpretação e a análise histórica. Essa análise qualitativa desemboca nas distintas dimensões da polissemia que, em nível técnico, são trazidas a partir de entrevistas, depoimentos, narrativas, vivências e memórias. A ênfase será na análise interpretativa que privilegia a transitoriedade nos discursos, como a ambiguidade, a contrariedade e a contradição das categorias (FERNANDES, 2011); ela também se constituirá na interpretação sobre as narrativas e/ou relatos sobre a pororoca e a partir desses fenômenos buscar-se-á a interface da colonização e os caminhos da descolonização.