KA’A NAME MAI JÁ SAKA: TERRITORIALIDADE E IDENTIDADE, POR UMA ETNOGRAFIA DA ALIMENTAÇÃO KA’APOR SOB À ÓTICA DECOLONIAL
Ka’apor. Alimentação. Decolonial.
Esta dissertação é uma análise sobre a alimentação Ka’apor, sob a perspectiva decolonial de Mignolo (2008). Pelo caráter interdisciplinar, utilizei o método oral, no qual conversei e entrevistei os moradores da aldeia Gurupiúna, localizada no Maranhão, de forma a complementar a etnografia, além do uso de fontes bibliográficas e primárias – conto e narrativas indígenas. Percebi mudanças e permanências na alimentação dos Ka’apor, devido o contato com a sociedade envolvente. Os indígenas reafirmaram sua resistência frente às problemáticas que envolvem seu território, através da retomada de sua organização social tradicional, com base nos Tuxás e de acordo com sua cosmovisão, o que potencializou suas práticas agrícolas, com o fortalecimento de sua identidade étnica com a reterritorialização do Gurupiúna, garantindo, desta forma, a soberania e a cultura alimentar. Ser Ka’apor, no contexto alimentar, é fazer kupixá puá, paraassegurar o bem viver desta comunidade com a floresta.