A LEITURA QUE LIBERTA NA UNIDADE DE CUSTÓDIA E REINSERÇÃO DE
CASTANHAL SOB A PERSPECTIVA DA FILOSOFIA DA LIBERTAÇÃO
Leitura. Remição da Pena. Filosofia da Libertação. Ambiente Prisional.
Liberdade. Pesquisa-ação.
Diante da urgência da humanização do sistema prisional brasileiro, instrumentalizou-se a leitura nos
espaços de privação de liberdade como atividade passível de remição da pena, engendrada pela
política de execução penal no Brasil. Nessa conjuntura, o presente estudo teve como escopo analisar
a prática de leitura voltada para remição da pena, desenvolvida pelo Novo Projeto a Leitura que
Liberta, na Unidade de Custódia e Reinserção de Castanhal, pelo prisma da Filosofia de Libertação,
proposta por Enrique Dussel, além de compreender a relação entre leitura e liberdade. De natureza
aplicada, a pesquisa fundamentou-se na abordagem qualitativa, pela aplicabilidade procedimental
da pesquisa-ação pedagógica, com o aporte teórico centrado nos fundamentos filosóficos de Dussel
(2023, 1986, 1977) e Ramos (2022, 2020, 2012), na construção teórica-metodológica sobre PAPe
de Franco (2018, 2005) e nas reflexões sobre a remição da pena pela leitura de Godinho e Julião
(2022) sustentáculos para análise dos dados coletados. Parte dessas análises nos leva a identificar a
leitura como prática social impactante na vida leitores privados de liberdade, que passam ampliar
suas concepções de liberdade para além da proposição de diminuir a pena, entretanto precisa ser
promovida como complemento das atividades educacionais no ambiente prisional como efetiva
prática de um direito humano e não como mais um mero mecanismo disciplinar do tempo ocioso
dos leitores privados de liberdade.