A PESCA COMO FONTE DE SUBSISTÊNCIA ALIMENTAR NA COMUNIDADE QUILOMBOLA NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO- IGARAPÉ-AÇU/PA
Pesca. Saberes. Experiências. Tradição. Quilombola.
Historicamente no contexto amazônico a pesca artesanal se apresenta como umas das
principais fonte de alimento e de renda em comunidades tradicionais. Diante dessa
configuração, esta pesquisa aponta a prática de pesca desenvolvida na Comunidade
Quilombola Nossa do Livramento no município de Igarapé-Açu-Pará. No qual os
objetivos foram investigar se os apetrechos e as técnicas de pesca utilizadas consideram
a conservação da fonte de subsistência alimentar da comunidade, identificar as técnicas
de pesca que estão sendo utilizadas; registrar possíveis impactos em detrimento da
pesca e intervenções voltadas a prática de pesca. Como metodologia a pesquisa
desenvolve-se no caráter qualitativo, tendo como método o estudo de caso com
característica etnográfica, trazendo como técnicas de coleta de dados a entrevista
semiestruturada e a observação participante, com registros através de gravações,
fotografias e transcrições de falas. Vale ressaltar, que para dar início a literatura, foi
necessário se fazer uma revisão bibliográfica buscando descrever recortes sobre o negro
escravizado e quilombos no Brasil, Pará e Igarapé-Açu, visto que trazemos neste estudo
a dinâmica da pesca em dimensões que envolvem saberes e experiências de um povo
tradicional remanescente e quilombola. Dessa maneira, partindo das abordagens foram
sendo construídas análises no decorrer da investigação mediante as falas dos
entrevistados e das observações participativas, na qual indicaram a percepção dos
moradores em especial os pescadores(a) sobre a importância da pesca como fonte de
alimento, sobre os prejuízos causados aos recursos naturais e suas consequências e a
necessidade de ações intervencionista pautada na prática de pesca. Desse modo, foi
compreendida a dinâmica da prática de pesca na Comunidade do Livramento, através de
uma concepção empirista que revela os saberes e as experiências nas práticas de pesca
adquiridas tradicionalmente, considerando que o território quilombola investigado é um
lócus de problematizações, produção, compartilhamento dos saberes-fazeres e acima de
tudo de aprendizagens, uma vez que as narrativas apontam para conhecimentos
construídos nas relações ecológicas de convivência, que precisam ser levados em
consideração para a sustentabilidade dos recursos naturais da comunidade.