A ALTERIDADE NOS CONTOS INDÍGENAS BRASILEIROS DE DANIEL MUNDURUKU
Literatura sensível. Alteridade. Literatura ameríndia. Daniel Munduruku.
Esta Dissertação, intitulada: A alteridade nos Contos Indígenas Brasileiros de Daniel
Munduruku tem por objetivo analisar a noção de alteridade nas narrativas recontadas pelo
escritor indígena, bem como a sua adaptação para a formação de leitores no âmbito da
educação sensível. Por compreendermos acerca da necessidade da prática de Leitura por meio
da Literatura, objetivamos especificamente o trabalho com três contos do escritor em questão,
uma vez que a Literatura Indígena é ainda pouco utilizada ou nem sequer apresentada no
contexto escolar, nesta prática de ensino e aprendizagem. Dessa forma, apresentamos como
tais narrativas são riquíssimas em sua cultura, identidade e tradição, pois apresentam e
inserem-nos em nossa própria história. A metodologia utilizada nesta investigação consiste
em uma pesquisa bibliográfica a partir da noção mais ampla da Literatura, afunilando à
análise de três contos indígenas de Munduruku (2021): “A pele nova da mulher velha”,
“Depois do dilúvio” e “A proeza do caçador contra o curupira”, com a perspectiva de uma
leitura sensível e humanizadora. Para tanto, nos ancoramos nos estudos de Candido (1971)
tratando acerca da obra “O direito à Literatura”; Sá (2012) com “Literaturas da floresta”;
Souza (2015) com “Amazônia Indígena”; Bueno (2018) com “A formação da alteridade na
experiência de leitura”; Petit (2009) com “A arte de ler ou como resistir à adversidade”;
Lajolo (1993) “Do mundo da Leitura para a leitura do mundo”, bem como “Os contos
indígenas brasileiros” de Munduruku (2021) entre outros autores que são basilares nesta
investigação. Como proposta de um ensino diferente do tradicional realizado com a Literatura
em sala de aula, apresentamos a proposta de uma Sequência Didática a partir dos contos
indígenas, com etapas que partem de um ensino interacionista, em vista da formação de
leitores proficientes e ativos, percebendo a leitura como bússola que leva-nos ao
autoconhecimento e à visão crítica e reflexiva do mundo que nos cerca.