ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NA MESORREGIÃO NORDESTE PARAENSE
Leishmaniose Tegumentar Americana; Urbanização; Doenças Negligenciadas.
As regiões Nordeste e Sudeste Paraenses concentram alta de incidência de casos de leishmaniose tegumentar americana (LTA) Trata-se de uma enfermidade causada protozoários do gênero Leishmania, que acometem a pele e/ou mucosas do homem e de diferentes espécies de animais silvestres e domésticos, possui alta capacidade de ocasionar lesões desfigurantes e incapacitantes e é caracterizada como uma das principais doenças tropicais negligenciadas. A vigilância, prevenção e controle da LTA estão entre os desafios da saúde pública, requerendo um grande esforço operativo, técnico e político, dado o caráter ambiental envolvido na epidemiologia da doença. Nesse contexto compreender o comportamento secular da enfermidade, considerando as peculiaridades regionais pode ser de grande valia para o planejamento de ações futuras. Nesse contexto, esse estudo se propôs a analisar a distribuição espaço-temporal da LTA nos municípios que integram o 5º. Centro Regional de Saúde da Secretaria de Saúde Pública do estado do Pará (5º CRS/SESPA) entre os anos de 2006 e 2020. Para tanto, foi desenvolvido um estudo descritivo do tipo ecológico, de natureza quantitativa, realizado por meio de uma investigação retrospectiva de dados clínicos, espaciais e epidemiológicos da LTA, com base nos dados colhidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). No total, 5.097 casos confirmados da doença foram notificados no 5º CRS/SESPA durante o período do estudo. A taxa de incidência de casos notificados flutuou ao longo do período analisado, com uma variação de 0,64/10.000 habitantes no ano de 2006 à 11,5/10.000 hab no ano de 2007, com picos
ocorrendo em 2007 (11,5/ 10.000 hab), 2008 (8,68/ 10.000 hab), 2011 (8,66/ 10.000 hab) e 2012 (8,33/ 10.000 hab). Nos dados sociodemográficos predominaram os casos do sexo masculino (83,6%), a faixa etária de 20 a 59 anos foi a mais acometida (75,7%) e a população parda foi a mais afetada (66,4%). Quanto a procedência, a maioria dos pacientes residia na zona urbana (53,1%). Em relação a classificação epidemiológica, 68,5% corresponderam a casos autóctones do município de residência. A maior incidência média de casos procedeu do município de Ulianópolis (11,9/ 10.000 hab), seguido de Paragominas (10,1/ 10.000 habi) e Nova Esperança do Piriá (9,8/ 10.000 hab).