A EXCLUSÃO DE GÊNERO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA NA PERSPECTIVA DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO: um estudo de caso na Universidade Federal do Pará
Gênero. Exclusão. Ciência e Tecnologia. Competência tecnológica.Competência informacional.
Esta pesquisa tem por objetivo investigar o fenômeno da desigualdade de gênero no acesso de mulheres ao ensino superior incluindo as posições de docentes pesquisadoras na área STEM, tomando como estudo de caso a situação da Universidade Federal do Pará, recorrendo-se aos dados estatísticos para compreender, à luz do gênero como categoria teórica de análise, as diferenças entre gêneros quanto ao ingresso, desenvolvimento de cursos STEM e configuração do corpo docente que exerce a pesquisa na área, como evidências do fenômeno de exclusão de mulheres na ciência e tecnologia no Brasil. Poucas são as mulheres que seguem carreira em STEM, profissões em que são necessárias competências fortes de TIC. Este estudo de caso verificou pela análise estatística dos dados, entre os anos de 2011 e 2019, referentes aos vestibulares e registros dos dados acadêmicos, a distribuição por gênero de aspirantes às carreiras STEM, de estudantes dos cursos de graduação e pós-graduação e de docentes das pós-graduações nos dois institutos que centralizam a atividade STEM: o Instituo de Ciências Exatas e Naturais (ICEN) e do Instituto de Tecnologia (ITEC). Os dados analisados demonstraram que de um total de 11.066 estudantes, apenas 30% são mulheres que escolheram a área STEM para seguir carreira na UFPA. No corpo docente dos institutos também existe uma baixa concentração de mulheres, 68 mulheres entre 321 homens. A representatividade feminina estudantil é pior nos cursos de computação, cujos percentuais variam entre 11% e 15%. No entanto, os cursos relacionados com o bem-estar e saúde das pessoas, como Arquitetura e Urbanismo, Engenharia de Alimentos e Engenharia Sanitária e Ambiental, são aqueles em que o número de mulheres se torna superior aos dos homens, questão que é antecipada pelos estudos de gênero nesta área. Os demais cursos da área STEM são de domínio masculino. Os dados apontam a existência de desigualdade de gêneros no ingresso de aspirantes, no número de discentes
de graduação e pós-graduação e no corpo docente da área STEM na UFPA que está altamente associada à formação em Ciência e Tecnologia.