MACUNAÍMA, NOS RASTROS DA COBRA GRANDE.
Mito da Boiúna, Memória, Cultura, Amazônia Tocantina, Macunaíma.
Esta dissertação consiste em um estudo comparado entre o mito da “Boiúna Luna” capítulo quarto da rapsódia Macunaíma, o herói sem nenhum caráter e as lendas sobre a “Cobra grande” presentes na memória coletiva da cidade tocantina de Barcarena - Pará. Meu objetivo é analisar as similaridades e as diferenças entre a cobra descrita por Andrade em sua obra e as cobras do imaginário amazônico tocantino. Para tanto considero como fator fundamental as narrativas orais sobre a Cobra Grande que permeiam o imaginário amazônico da região do Baixo Tocantins, e tomo como base algumas teorias de diferentes áreas do conhecimento como: a Antropologia, Literatura e Filosofia. Inicialmente busco entender num sentido mais geral qual a relação entre: a Mitologia, a Memória, o Imaginário, a Cultura e a Identidade com a narrativa de Andrade e para o Modernismo brasileiro. A partir disso, analiso na obra as peculiaridades que caracterizam o Macunaíma Amazônico, dando ênfase para os mitos amazônicos e o rico sistema de representação das cidades amazônicas. A Amazônia é o espelho desse herói andarilho, imperador do Mato virgem, Tapanhunas por nascimento que vive suas aventuras e peripécias através dos mitos amazônicos, entre eles o mito da Boiúna que move um ciclo de acontecimentos significativos na obra, desta feita Macunaíma ao seguir sua saga em busca do muiraquitã, também segue os rastros deixados pela cobra, pois ela está em tudo, nos rios, na floresta, na memória, no imaginário social e na cultura.