AS REPRESENTAÇÕES DA CIDADE E DO SUJEITO MODERNO NAS NARRTIVAS BELÉM DO GRÃO-PARÁ E PASSAGEM DOS INOCENTES DE DALCÍDIO JURANDIR
Ambiente citadino; Vida nua; Agregado.
Este trabalho realiza um estudo comparado entre as obras Belém do Grão-Pará e Passagem dos Inocentes de Dalcídio Jurandir. No qual, procura-se verificar de que forma essas obras dialogam com a realidade social da primeira metade do século XX, considerando os conflitos do personagem principal, Alfredo, ao chegar e passar a viver na cidade de Belém. O contato com esses novos ambientes citadinos, mostrando as angustias e ansiedades do personagem diante da percepção da cidade e dos indivíduos. Observando os conflitos que norteiam os romances buscamos compreender como o narrador representa o universo amazônico arruinado posterior ao declínio econômico produzido pelo fim do ciclo da borracha (1879-1912). Dessa forma, procura-se verificar como essa narrativa dialoga com a realidade social da cidade de Belém, uma vez que observaremos os reflexos sociais e econômicos inerentes as camadas sociais mais pobres. Serão analisados os indivíduos, divididos entre o deslumbramento diante dos atrativos e o estranhamento em relação aos principais problemas da cidade. Para abarcar tais considerações utilizaremos como chaves de leituras as ideias do filósofo italiano Giorgio Agamben sobre a vida nua e a pesquisadora Tânia Sarmento-Pantoja sobre a figura do agregado, em especial as crianças agregadas na casa da família Alcântara em Belém do Grão-Pará e de Dona Celeste em Passagem dos inocentes.