REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE A PAJÉ BECUÚ – A GUARDIÃ DOS SABERES ANCESTRAIS DA ALDEIA ANAMBÉ, RIO CAIRARI – MOJU/PA_ memória, identidade e cultura
Amazônia, Anambé, Memória, Cultura, Gênero, Identidade e História.
Esta investigação se propôs a fazer reflexões sobre memórias, culturas e representações identitárias do povo Anambé, uma sociedade indígena estabelecida na região do Baixo Tocantins paraense. Seu ponto de partida foi a rede imaginária sobre a pajé Becuú, um pajé ancestral que foi uma depositária dos saberes tradicionais dos Anambé. O objetivo principal foi o de identificar o comportamento histórico dos Anambé e seus discursos a partir de suas memórias sobre a pajé Becuú e como estes, atualmente, fazem suas leituras do mundo que pertencem e com ele interagem. A pesquisa se mostrou justificável devido ao seu propósito de estabelecer um futuro melhor para a comunidade que está correlacionado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pelas Nações Unidas. Vale ressaltar que isso ocorre sob uma perspectiva da Memória e da História, individual e coletiva, que enfatizou o entendimento das construções e representações identitárias materializadas na cultura, na educação, na arte e no grupo social estudado. As metodologias utilizadas foram as da pesquisa documental e bibliográfica complementada por um estudo de caso que utilizou como ferramenta de coleta de dados entrevistas semiestruturadas e observações de campo. Foi possível observar a importância da preservação e divulgação das memórias e das culturas dos povos indígenas do Brasil para a promoção da diversidade cultural e linguística do país. Neste sentido, o povo Anambé se mostra digno de sua história, resistente e resiliente enquanto a sua identidade cultural, atuando como elemento de resistência ao apagamento da sua cultura e à opressão do homem branco. Um povo que é fonte inspiradora para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e plural, que reconhece e respeita as diferenças e valoriza a contribuição dos povos indígenas para o desenvolvimento humano e ambiental. A memória é um instrumento fundamental para a construção da identidade e da consciência de um grupo social, independentemente de como está registrada. Sem ela é impossível fazer uma análise crítica sobre a cultura de um povo, o que poderia ocasionar o esquecimento e apagamento de sua etnia e conhecimentos.