A TERRITORIALIDADE SURDA EM ABAETETUBA – PARÁ: O CENTRO E AS FRONTEIRAS EM DISCURSO
Territorialidade. Discurso. Pessoa Surda. Abaetetuba.
Esta dissertação toma como tema a condição surda na vivência com os pares e com o outro – o ouvinte –, dentro da estrutura social em que, majoritariamente, este último domina. Especificamente gira em torno da territorialidade das pessoas surdas no município de Abaetetuba, no Pará, em uma perspectiva discursiva com o objetivo de estudar a construção discursiva de territorialidade dessa comunidade, a partir da compreensão de como esse grupo está delimitando suas fronteiras no espaço sociopolítico. Partimos da premissa de que a territorialidade do grupo se dá a partir da agência social. Para discutir acerca da comunidade e Comunidade Surda, apoiamo-nos principalmente nos estudos de Schluchter (2011), Bauman (2003), Perlin (2013), Karin Strobel (2009) e Anderson (2008). Para uma reflexão acerca das estruturas de poder, enfatiza-se os argumentos de Raffestin (1993), Bourdieu (1997), o que remete a territorialidade na concepção de Haesbaert (2009), Sack (1986), Little (2003), Almeida (2008), Saquet (2007) e nos estudos de Beatriz Cruz (2011), a qual define territorialidade como a produção prática ou discursiva do território através da economia, religião, lazer, processos políticos etc. e propicia o sentimento de pertença territorial. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de cunho etnográfico para a coleta de dados e tem como método de pesquisa a Análise Crítica do Discurso (ADC), fundamentada pelos estudos de Norman Fairclough (2003) e também nos apoiaremos em Moscovici (2015) para tratar das categorias de análise. Até o momento da pesquisa foi realizado o mapeamento dos espaços de vivências das pessoas surdas no município e, conforme resultados parciais, ainda a serem confirmados até a finalização da pesquisa, revelam nas representações discursivas que a territorialidade está diretamente influenciada pela prática discursiva do uso social do espaço.