A PRODUÇÃO DAS JOVENS NEGRAS NA TELENOVELA MALHAÇÃO E OS PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO JUVENIL
Jovem negra. Telenovela Malhação. Gênero. Raça. Classe.
A temática proposta objetiva analisar a produção das jovens negras na telenovela Malhação “Vidas Brasileiras” e os processos de subjetivação juvenil. Como procedimento metodológico utilizamos algumas ferramentas foucaultinas de seu método arqueogenealógico atentando para os processos históricos de constituição subjetiva, sendo tais reflexões alicerçadas nas seguintes leituras: Foucault (1979, 1984, 2004, 2005, 2006 e 2008). Assim, elaboramos a seguinte problemática: como os/as jovens da Escola Estadual Carmem Cardoso e do Instituto Nossa Senhora dos Anjos (INSA) são subjetivados e resistem aos discursos constituídos na telenovela Malhação “Vidas Brasileiras” sobre as jovens negras? A problemática de pesquisa foi desdobrada nas seguintes questões norteadoras: Quais dispositivos utilizados para dar visibilidade as jovens negras colocadas em foco? Como as jovens negras aparecem discursivamente na Telenovela Malhação? Como os/as jovens/as da Escola Carmem Cardoso e do Instituto Nossa Senhora dos Anjos são subjetivadas e resistem aos discursos da telenovela? A partir da problemática e do objetivo geral de pesquisa elaboramos os seguintes objetivos específicos: identificar quais dispositivos são acionados para dar visibilidade as jovens negras colocadas em foco; mapear como as jovens negras aparecem discursivamente na Telenovela Malhação; problematizar como os/as jovens da Escola Carmem Cardoso e do Instituto Nossa Senhora dos Anjos são subjetivadas e resistem aos discursos da telenovela. Para analisarmos as técnicas de fabricação do sujeito através da mídia e da telenovela acionamos autores como Kellner (2001), Bosi (1992), Fernandes (2008), Baccega (2003), Fischer (2001, 2012), Jambeiro (2002), Courtine (2013). Nas análises das personagens da telenovela, procuramos dar voz às teóricas que em seus trabalhos destacam a intersecção de raça, gênero e classe, entre elas Butler (2014, 2018), Del Priore (2004, 2011), Davis (2016), Hooks (2014, 2017), Gonzalez (1982, 1984), Lins, Machado e Escoura (2016). As análises dos enunciados indicam mudanças e permanências referentes ao modo como a jovem negra é fabricada na telenovela, ao mesmo tempo em que as colocam em evidência reforçam alguns estereótipos constituídos historicamente. Considerar as manifestações midiáticas é fundamental para as discussões envolvendo os processos de subjetivação, uma vez que os meios de comunicação contribuem significativamente para fabricação, distribuição e controle dos significados. Nos passos seguintes da pesquisa, a partir das entrevistas realizaremos as análises referentes aos processos de subjetivação dos/as jovens das instituições selecionadas.