GÊNERO E SURDEZ: trajetórias de mulheres surdas no município de Igarapé-Miri/PA
Educação; mulheres surdas; protagonismo;
A presente pesquisa tem como objetivo geral investigar o protagonismo de mulheres surdas no contexto educacional, explorando como a educação pode promover sua autonomia e empoderamento, considerando a interseccionalidade de gênero e surdez. De igual modo, traz como objetivos específicos: a) Analisar desafios enfrentados no sistema educacional, investigando os entraves/as desigualdades que impactaram o acesso à educação de qualidade por serem mulheres surdas; b) discutir a percepção dessas mulheres surdas sobre seu papel e protagonismo no contexto educacional, analisando como elas se percebem como agentes de transformação e líderes em suas trajetórias educacionais e c) Avaliar as experiências das mulheres surdas entrevistadas no contexto educacional, levando em consideração as barreiras e desafios específicos que enfrentam devido às interseções de gênero e surdez, com vistas nas suas necessidades e demandas. A pesquisa foi construída a partir de uma abordagem metodológica qualitativa e utilizou as Narrativas Orais (Thompson, 1992) e a Análise do Discurso Crítica (Melo, 2009 e Souza et al., 2022). Nosso arcabouço teórico foi construído nos postulados de autores como Freire (2007), (2019) e (2015); Moura (2020); Perlin (2013), entre outros. As colaboradoras da pesquisa foram mulheres surdas do município de Igarapé-Miri/PA. Como resultados, constatamos que a educação pode ser um instrumento de emancipação e resistência para as mulheres surdas, desde que respeite e valorize sua diversidade e singularidade, a partir da garantia de acesso à educação bilíngue, que reconhece a língua de sinais como primeira língua e o português como segunda língua. Sem contar que esta atuou como agente promotor da autonomia e empoderamento dessas mulheres no que tange a situações que envolvem questões de gênero e raça no município de Igarapé-Miri/PA.