FESTAS RELIGIOSAS NA AMAZÔNIA: CULTURA E IDENTIDADE NA TRADIÇÃO FESTIVA DE SÃO SEBASTIÃO DA VILA DE MAIAUATÁ IGARAPÉ-MIRÍ-PA
Amazônia. Hibridismo Cultural. Festas Religiosas. São Sebastião. Identidade Religiosa.
O presente estudo trata da investigação sobre a cultura e as representações religiosas circunscritas em torno da tradição festiva de São Sebastião da Vila de Maiauatá Igarapé-Mirí-Pa e a possibilidade de construção de uma identidade de resistência religiosa. Como hipótese de trabalho argumento que as festas religiosas na Amazônia, entre elas a de São Sebastião, representam um valor simbólico importante para as populações locais, porque tais práticas sociais sendo portadoras de sentidos identitários e de posicionamentos sociais no campo religioso mostram a força da cultura religiosa, como importante fato social, que atravessa a vida daquela população. O referencial teórico da pesquisa estrutura-se em três suportes: sobre o campo religioso Bourdieu (2007), Micelli (2007) e no que tange as representações Durkhaeim (1989), Mauss (2003), Moscovicci (2014) em relação a questões de identidade Bauman (2001) Hall (2014); (1999), Castells (1999), Lévi-Strauss (1971) em relação ao suporte teórico sobre festas e religiosidades destaco alguns autores Brandão (1980), Maués (1999), (2000), Guimarães (1983), Silva (1997). No que se refere à metodologia utilizada na pesquisa, sigo de perto a abordagem antropológica com o uso da pesquisa de campo e da observação participante, bem como do método etnográfico como possibilidade de melhor compreender o arbitrário cultural circunscrito à cosmologia da Festa de São Sebastião e suas representações culturais e de identificação social, seguido da análise do material até o momento coletado. A pesquisa já aponta alguns resultados parciais, tais como: a cultura religiosa na Amazônia paraense é reveladora de um campo configurado por diferentes representações religiosas oficiais e populares cercadas de relações de saber e poder. As culturas religiosas ao pregarem suas verdades por meio de práticas e discursos negam a mediação, promulgando identidades religiosas legitimadoras e absolutas. Outro aspecto a ser apontado é que, ao contrário disto, na prática política do cotidiano cultural da realidade investigada, demonstra-se que os sujeitos posicionam-se numa perspectiva de hibridismo cultural (religioso) redefinindo assim suas identidades inclusive as de resistência marcadas de tensões e conflitos ideológicos.