A Utilização da Autopoiese para Identificação e Resolução dos Principais Problemas Ambientais na Comunidade Quilombola do Itacoã Mirim no Baixo Acará: entre as ciências ambientais, decolonidades, territorialidades e temporalidades.
Autopoiese, Decolonidade, Açaí, Quilombolas, Saber Tradicional.
Nas últimas décadas, as comunidades tradicionais amazônicas, pelo avanço capital de forma mais intensa, vêm sofrendo mudanças em sua forma de organização e relação com a natureza, nos saberes e fazeres e sua própria territorialidade. Esses avanços determinam a entrada dessas comunidades a outras escalas de mercado e por consequência provocam impactos socioambientais e muitas vezes têm como base as relações que atravessaram o passado colonial. Nos últimos anos, a comunidade de Itacoã Mirim, vem sofrendo vários processos de transformações socioambientais e de mudanças em sua territorialidade, temporalidade e na sua paisagem ambiental relacionados ao crescimento do mercado e consequentemente da demanda pelo fruto do açaí. A construção de novas epistemes, novos métodos e novas práticas configura-se como uma questão de extrema urgência e certamente revela e eleva a importância das ciências ambientais. Neste sentido, construímos uma metodologia para detecção, analise e resolução de impactos ambientais através da convergência de várias teorias, onde a Autopoiese é utilizada para identificação de como os saberes tradicionais são produzidos; a Decolonidade sob suas várias formas é utilizada para o entendimento de como a natureza e o ser são subjugados e o saberes tradicionais são invizibilizados; as análises das temporalidades nas comunidades tradicionais e seus efeitos sobre a territorialidade também fazem parte da metodologia e o método Paulo freiriano é utilizado para identificação dos impactos ambientais e o saber tradicional capaz de resolvê-los.